Magna Carta e os delírios do cidadãos manipulados

Semana passada, o Reino Unido celebrou os 800 anos da Magna Carta. Este foi o primeiro documento que estabeleceu os direitos e deveres de uma sociedade moderna. Mas essa reflexão foi sufocada por uma discussão sobre a ética religiosa envolvendo uma linda transexual que representou Jesus Cristo durante a parada gay e o apedrejamento de uma criança que saia de um culto de candomblé por fundamentalistas. Então aparece os intelectualoides e os porta-vozes da maioria silenciosa em daqueles duelos intelectuais que não levam a nada.

A Magna Carta criou um senso onde o individuo tinha direitos e deveres que precisam ser respeitados pelo estado representado pela monarquia. Mas na terra brasilis, todos defendem os direitos e esquecem dos deveres como respeitar a opinião do próximo mesmo que seja diferente da sua. Quando ouvimos Ricardo Boechat mandando o pastor Silas Malafaia chupar uma rola ou uma oração da bancada evangélica em pleno plenário do congresso nacional. Todos os intelectualoides ficam assustados.

O Brasil é um país cristão que está na transição do catolicismo para o protestantismo representado pela doutrina neo-pentecostal. Os intelectuais da zona sul do Rio Janeiro ficam assustados com um simples evangélico da Baixada Fluminense. Enquanto o queridinho destes inteligentinhos é o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) para aqueles do subúrbio apoiam o Jair Bolsonaro. O Reino Unido tem uma religião de estado, o Anglicanismo, mas permite que os britânicos tem a sua crença.

Tanto que as transformações que o Reino Unido passou foram pacíficas e nenhuma gota de sangue foi derramada, menos a decapitação de cabeça do rei católico Carlos I. A Magna Carta foi um importante instrumento para essa mudança. Mas aqui no Brasil, os intelectuais pensam na França Tropical e os líderes evangélicos adotam a postura dos Estados Unidos dos trópicos. A sensatez foi deixada de lado quando ambos os lados adotam uma postura de acusar o outro invés discutir de maneira civilizada.

Nós, simples cidadãos somos bombardeados por estes seres que juram representar nossos ideais. No Brasil, é mais fácil criticar um pastor evangélico do que tirar sarro de um clérigo muçulmano e ao mesmo tempo culpar os gays por sua revolução pecaminosa. A elite estúpida se esquece que um cidadão pode defender tanto os homossexuais quanto os protestantes. Precisamos mais de uma Magna Carta lúcida que defende o individuo do que os delírios de intelectualoides e líderes religiosos.