O mundo entre o TikTok e o Tesla

Ontem, a câmara dos representantes dos Estados Unidos aprovaram uma moção onde pleteia o banimento do app TikTok do mercado americano por questão de segurança nacional. O TikTok pertence a empresa chinesa Bytedance. Ao mesmo tempo, Pequim estuda formas de retaliação caso tal lei seja aprovada no senado como dificultar a vida das montadoras de carros americanas em solo chinês que afetaria a Tesla.

Logo nos vemos em mais uma guerra fria de ordem econômica….

O mundo se tocou que Pequim é uma ditadura de partido único com a égide do Partido Comunista Chinês. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos acionaram a sua paranoia de inimigo comum. Os carros americanos vendem bem na China enquanto os jovens gostam das dancinhas no TikTok na América. A chinanet reproduz os sucessos das empresas americanas dentro das limitações das leis chinesas nos tempos que a economia americana exportava empregos nos acordos sino-americanos.

Está simbiose era comum nos dois lados do pacífico. Tanto que o governo chinês afirmava que os Estados Unidos tinha um déficit fiscal de 2 bilhões de dólares com Pequim enquanto a economia chinesa comprava títulos do tesouro americano nos dados de 2006. Mas logo vem Trump com a sua presepada retórica de 2017 afirmando que um acordo comercial sino-americano é um péssimo negócio porque não foi feito por ele.

Tesla é a única fabricante ocidental que não precisou de um sócio chinês para ter uma subsidiária em Pequim. O Tiktok conquistou os jovens americanos por vídeos curtos sem as coisas do snapchat ou instagram. Americanos e chineses precisam se entender do meio ambiente até a regulação digital junto com os elos comuns em áreas de interesse estratégico como a questão militar e as contendas do meio diplomático.

O TikTok sempre foi uma arma do soft power chinês. Mas a BBC revelou que uma jornalista do Financial Times teve a sua vida exposta após agentes do governo chinês a investigaram por meio de acesso a dados de sua conta em tal rede social. Os carros elétricos da Tesla são proibidos de estarem em certos locais por determinação do partido comunista. Sem contar que as montadoras chinesas são o novo alvo do inimigo comum da Casa Branca.

Então, o mundo está entre o Tiktok chinês e o Tesla americano…

A Europa do carro elétrico e do trator a diesel

A União Europeia deixou claro seus compromissos com o meio ambiente ao estabelecer a meta que em 2050 onde as economias dos países-membros serão descarbonizadas ou neutras na emissão de gás carbônico. Vários países criaram pastas ministeriais para lidar com o assunto como o ministério francês da planificação ecológica e a pasta alemã para mudanças climáticas e economia. Porém, Bruxelas lida com protestos de agricultores por causa dos subsídios agrícolas como preço do diesel enquanto tem a queda das vendas de carros elétricos como foi registrado na Alemanha com o fim da ajuda para compra de EVs.

Os agricultores europeus estão fazendo manifestações em várias capitais como Paris e Berlim contra o fim dos subsídios no preço do diesel. O combustível é usado nos tratores. Bruxelas quer uma agricultura de baixo carbono que é possível em países como o nosso Brasil. Porém, a agricultura europeia não tem como competir com o celeiro/supermercado do mundo como se transformou a nossa economia nos últimos anos mesmo com as protelações francesas no acordo de livre-comércio União Europeia/Mercosul.

No outro lado da descarbonização. Os carros elétricos produzidos na Europa não conseguem fazer frente as exportações chinesas pelo fato de Pequim ter investido pesado na produção de EVs mesmo sem subsídios como é comum em outras partes do mundo. Tanto que Bruxelas abriu uma investigação para investigar um eventual dumping por parte de Beijing. A questão do fato dos chineses terem as reservas de terras raras que serve de matéria prima para as baterias de tais veículos.

A União Europeia não consegue criar formas de tornar a economia competitiva. Os acordos com países como Brasil para exportação de hidrogênio verde mesmo em uma fase avançada de pesquisa para a produção de tal commodity. Sem contar que os países-membros estão optando por soluções individuais como o convite do governo italiano para que a chinesa BYD construa uma fábrica de baterias. Algo que Budapeste já mandou a proposta para aprovação de Bruxelas.

A agricultura europeia lida com os desatinos de não conseguir produzir alimentos com baixo custo tal como o Brasil e a Argentina fazem. Sem contar o fato que o Mercosul vive uma espécie de estado natimorto com a falta de entrosamento entre Buenos Aires e Brasília com o novo governo. Mesmo assim, nós vemos um trator movido a diesel dividindo espaço com um carro elétrico nas ruas europeias como um analogia dos problemas europeus.

Minhas leituras dos cadernos de economia de jornal

No instituto, eu tinha uma tirada que eu era formado em economia pela leitura do Financial Time e da Folha de S. Paulo. Na minha lida diária no caderno dinheiro, da Folha. Vejo que não sou um economista que almejava ser nos primeiros anos da minha vida adulta quando conversava com uma amiga tímida com quem puxava papo pra lhe sentir mais confortável na sala de espera na clinica onde eu fazia as minhas aulas de alongamento.

Eu vejo o colunista que defendem o neodesenvolventismo e a reindustrialização contrastando com a opinião do crítico das políticas públicas que deram errado. O intervencionismo estatal contestando a questão fiscal do governo. Sem contar o aspecto de uma economia fechada ansiando por uma abertura comercial, mas temos o nosso protecionismo tupiniquim como vimos no ambito da taxa de importação para carros elétricos.

No meu passatempo chamado YouTube onde procuro informações sobre carros. Vejo um podcast onde um presidente de uma representante de uma montadora chinesa de carros elétricos onde critica o nosso protecionismo comercial onde não promove o desenvolvimento econômico onde as importações de matérias-primas para o processo de industrialização como um aço chinês para as fábricas brasileiras de veículos.

O desenvolvimento econômico depende da capacidade de manufatura. Porém, as pessoas querem uma ampla produção nacional onde toda a cadeia produtiva possa produzir tudo. Só que com a guerra da Ucrânia junto com as trocas de farpas entre Washington e Pequim na produção de chips e semicondutores. Logo me lembro as discussões sobre o neoliberalismo e o keynesianismo em minha mente.

Um dia em 2005, resolvi por em prática a questão neoliberal ao fazer uma poupança com o troco da compra do laka na cantina do seu silvio no instituto. Isso me rendeu uma independência financeira para bancar os custos como pagar as provas no xerox que os professores nos pediam. Além da apostilas e outras leituras de minha parte. Ou seja, o superávit primário é necessário para as contas públicas do governo.

Mas falem isso bem alto para o Planalto….

A economia de colaboração

Os tempos estão complicados pelo fato de muita gente estar sem emprego e ao mesmo tempo, não ter o que comer em casa. Um amigo jornalista automotivo sempre se questiona pelo fato da capacidade instalada das fábricas brasileiras é de 5 milhões de unidades, mas só fabricamos 2.000.000 nos últimos anos. Porém, uma face dessa moeda aparece nas redes sociais com pessoas pedindo emprego e trabalho pra pagar as contas.

Eu vejo isso no mundo cultural onde pessoas que escrevem precisam de trabalhos como freelancer para pagar as contas. A formação universitária não adiantou para tais pessoas por não ter um emprego com salário e direitos garantidos. Outras pessoas como eu que não tem um diploma universitário consegue trabalhos sem remuneração com outros setores da sociedade por causa de um segundo emprego ou uma renda no mundo real.

Temos uma massa de trabalhadores sem emprego enquanto vemos vagas ainda não preenchidas em alguns setores de nossa economia. Eu sou formado como técnico de informática desde 2008. Porém, vejo que a demanda por desenvolvedores aumentou muito devido as novas possibilidades. Mas nem todo mundo pode atender as necessidades exigidas pelo empregador publicadas nas redes sociais com pagamento e afins.

No meu caso, Eu percebo tal problema por causa do trabalho de redator. Muita gente fez faculdade de jornalismo entre outros cursos como escrita criativa, tradução e freelas. Mas não consegue uma vaga no mercado por sermos pequenos e amadores. Não temos uma profissionalização propriamente dita quando não se tem um setor publicitário pujante junto com um forte jornalismo profissional da grande mídia.

A economia de colaboração surge por ter uma troca de favores sem ter um fim lucrativo em um primeiro momento por permitir a prática no trabalho. Mas ainda temos preconceitos sobre o trabalhar de graça. Mas o momento precisa de uma união necessária para criar um mercado profissional para as pessoas possam ser pagas pelo seu esforço e sua competência. Isso demanda tempo e capacitação em um momento de poucas vagas e de pouca comida na mesa.

Peço seu voto…de confiança

Estamos em um ano eleitoral e um dos assuntos é a economia. Os colunistas econômicos já esmiúçam as propostas dos candidatos a presidente da república. Mas sinto um desalento em nosso país diante de uma realidade onde não saímos do atoleiro ou vivermos o mesmo dia da marmota em uma versão dos trópicos de O feitiço do tempo em suas reprises da sessão da tarde pra acharmos alguma solução para tal questão.

Mas porque estamos na gestão voo de galinha?

A economia brasileira viveu em uma ampla modernização entre 1930 a 1980. Com as crises como o choque do preço do barril de petróleo em 1973 e 1979 junto com a dívida externa fez que os generais-presidentes fossem defenestrados pelo poder como a lendária capa da Veja onde víamos o busto do então ministro do planejamento do governo Figueiredo, Delfim Netto, com a cabeça decepada como no filme A hora do mortos vivos de 1985.

Com as idas e vindas da inflação na era democrática. Vivemos a experiência do controle inflacionário no governo FHC com o plano Real. Na Era Lula, tivemos um crescimento robusto mesmo com a desordem política de todo dia. Então, a presidente Dilma nos inventa a nova matriz econômica enquanto Michel Temer organiza a casa com o teto de gastos públicos. Mas o despresidente joga tal obra pragmática no lixo por causa de suas bases eleitorais.

A população quer um crescimento econômico que permita a geração de renda e o pleno emprego junto com uma inflação controlada com o intuito de conter o aumento do custo de vida. Mas será que tais candidatos irão discutir isso? Eles querem vender a imagem de pessoas preparadas para subir a rampa do palácio do planalto no dia 1º de janeiro de 2023 com um discurso de uma nova era está pra surgir de uma terra arrasada.

Então, se informe com carinho antes de dar o voto de confiança pra tais postulantes