A gente não tem amor

As pessoas se perguntam sobre achar um amor com quem pode ter uma troca seja afetos seja fluidos. Porém, elas se decepcionam com a realidade por não achar alguém que lhe completa. Isso em um momento onde as redes sociais estão cheias de seres humanos reclamando do namorado pouco romântico ou da namorada desinteressada. Sem contar as reclamações sobre os gostos pessoais e a alta demanda para atender tais requisitos.

O que fica claro é queremos alguém que preencha os requisitos. Mas estamos sendo exigentes demais. Namorar é um processo complicado por lidarmos com os vícios e virtudes do parceiro para atender as nossas expectativas. Entramos em um necessidade de enquadrarmos a pessoa em um mundo onde não está feliz por se sentir presa em nossos desejos sem ter a possibilidade de ser ela mesma em sua plenitude.

Eu não me sentiria bem em tais condições. Tais pessoas querem ser possessivas por ter um prazer de controlar o próximo por meio de uma relação abusiva como forma de demonstrar força emocional. Quando na verdade estão frágeis por não se sentirem seguras em uma vida solitária como muitas pessoas estão felizes por ter uma liberdade como cuidar da família ou ficar em um apartamento vendo tv tarde da noite.

Hoje, as pessoas não tem ares seja românticos seja sedutores. Só somos pessoas que não sabemos amar o próximo porque não sabemos viver sozinhos. Somos carentes por causa de uma incapacidade de demonstrar emoções e sentimentos pelo próximo. Represamos nossos dilemas devido a nossa insegurança de sermos rejeitados por alguém que nutrimos um amor que não é correspondido de alguma forma.

Hoje, as pessoas tem várias cicatrizes emocionais. Logo chegamos a conclusão de que não somos capazes de demonstrar uma forma de amar. Isso nos faz pensar porque vemos a solidão como um mal do século. Nossa incapacidade de ter uma forma de amor nos impede de lidarmos com um mundo onde o ser solitário não nos permite viver em uma realidade onde ficamos cada vez mais doentes em nossa ausência de sentimentos amorosos.

Não renunciaremos ao amor e as nossas músicas

Tenho um amigo mais jovem do que eu. Ele está tentando namorar uma garota da idade dele. Mas como não sei o progresso na linha maginot. Ele me conta que está escutando as músicas do The Goo Goo Dolls para lembrar a sua vida amorosa em busca de um afeto.

Isso me lembra da minha adolescência onde tinha muitas amigas. Porém, nunca dei certo em namorar por ser maduro demais para a época. Lembro de uma aula de inglês no Instituto onde a nossa professora pediu uma música para nós. Eu e os meus amigos usamos o New Years Day, do U2 enquanto as garotas queriam More than words, do Extreme.

No Educere, não tinha muito a questão do namoro por causa do nosso regime de medo. O pessoal ficava impressionado comigo porque eu era um dissidente soviético dentro de um contexto onde pedia mais liberdade para nós por ter uma consciência nesse aspecto. Todo mundo tentou namorar, mas não deu certo.

No Instituto, eu ficava lendo sobre poetas e afins. Minhas amigas sempre me viam com um livro nas mãos ou lendo um jornal por causa do meu hábito de ler. Logo entendíamos bem isso por causa da nossa curiosidade. Eu ouvia músicas a noite na cripta-escritório porque eu não tinha internet em casa.

Eu já estou com 34 anos e vejo os meus amigos me perguntando sobre a vida de solteiro. O pessoal do Educere em sua maioria está casado e com filhos. Entre os meninos, eu sou um dos poucos solteiros da turma. Eles falam que eu era galanteador por ter um pensamento mais maduro. É que não renunciei as coisas como músicas e ao amor.

O sentimento de ser livre

Em 2008, eu estava lendo uma Veja quando vejo uma frase do finado psicanalista Flávio Gikovate dizendo que uma pessoa solteira é feliz por ter a liberdade de fazer o que quiser. Em 2013, leio uma entrevista de Quentin Tarantino na Playboy onde dizia que a solteirice lhe permitia coisas como passar uma temporada em Paris ou pesquisar sobre um cineasta desconhecido do grande público. Então, eu estou solteiro há muito tempo.

Hoje, vejo amigos falando em ter uma namorada como vi um descolado de Curitiba comentar comigo sobre a inteligência de um ex-namorado. O fato de conviver com alguém mostra que encontramos um porto seguro. Mas na verdade, parece uma grande mentira quando tal pessoa lhe fica destratando por causa de suas diferenças invés de fortalecer os elos comuns em um momento de tal relacionamento humano.

Eu já tive que lidar com namorados decepcionados com suas namoradas por não acompanhar o futebol americano. Ao mesmo tempo, via namoradas falando do pouco caso de um namorado sobre seu gosto pessoal. Mas ser solteiro como no meu caso me permitiu ter uma visão onde a liberdade possa reinar sem termos o medo de controlar a vida dos outros como é comum no atual momento da humanidade no mundo contemporâneo.

Logo entendo como as pessoas lidam com o amor como se fosse a possessão de uma alma livre a ser subjugada em suas vontades. Lembro de uma grande amiga minha como a Geici ter me pedido um conselho após uma amiga dela ter vivido um relacionamento abusivo promovido pelo reino do terror jacobino de Robespierre nos primeiros anos da revolução francesa em 1790 onde qualquer um ia pra guilhotina.

Eu falei pra ela aconselhar a sua amiga a se separar. Semanas depois, ela me fala de tal namorado como um fato no passado. Não sei se tal namorada tivesse separado do namorado. Mas espero que ela tenha encontrado alguém cujo os instintos totalitários são dispersos pelo mantra de um amor onde se constrói os elos comuns por meio da convivência. Enfim, eu ainda sou da opinião do finado Gikovate sobre ser solteiro.

O velho romantismo

Eu nunca namorei na minha vida. Sempre tinha que lidar com as questões como o autismo e a minha falta de jeito pra namoro. Em 2004, uma amiga minha quis ficar comigo por que eu comprava nescau ball no intervalo para comer. Porém, quando me encontrei com ela em uma loja naquele ano. Não conseguimos trocar uma palavra.

No Educere, tentei namorar uma colega de sala na qual não deu certo por causa de ser jovem demais para tanto como disse meu pai e minha mãe. Porém, eu não tinha muitas amigas como os meus colegas de escola tinham e se reuniam para tentar namorar em regime stalinista.

Lembro de uma vez que estava conversando com uma menina no qual estava apaixonado que cuidava dos computadores da escola. Eu estava sentado próximo a ela quando vi um colega dela pedindo para que eu não beijasse ela. Os beijos na boca no educere nos rendiam suspensões.

No instituto, o que me ajudava a lidar com isso é que todo mundo tinha algo pra falar. Eu estava lendo o livro Cuca Fundida, do Woody Allen, em 2004 quando fiz amizades com duas amigas do segundo ano que eram conhecidas do Henrique. Nisso, eu tomei coragem para conversar com as garotas falando do senso de humor que consegui ao longo do tempo.

Hoje, eu vejo que meu jeito era fundamental naquele momento. Por mais que tentasse namorar. Eu consegui ter várias amigas sendo eu mesmo. Isso chamava atenção dos meus amigos e do Alberto, que era o inspetor de alunos, por ser tão educado e ter uma vida culta.

Mas não consegui namorar…

Os tocos e a marinha dos Estados Unidos

Em episódio do desenho animado Garfield criado por Jim Davis nos anos 1990. O famoso gato comedor de lasanha comentou que seu Jon, o seu dono, tomava mais um fora e por isso aumentava a lista de mulheres que se alistavam na marinha dos Estados Unidos. Penso nisso quando vejo uma amiga lésbica dando vários tocos nos homens no Instagram e sempre reclamando isso comigo diante da necessidade da macharada em se promover por algo desnecessário.

Minha amiga se tornou lésbica não por misandria. Mas por causa da falta de tato dos homens. Nas últimas semanas, ela tem postado nos stories do Instagram vários memes e fotos de testes de mulheres perfeitas criadas por PUAs, conhecido por ensinar homens tímidos a conquistarem mulheres na balada. Sem contar os exames para ver se uma mulher serve pra casar como foi proposto por um sujeito de orientação ideológica desconhecida pra fins obscuros e afins.

Vários homens tem medo das mulheres e isso alimenta um setor da economia onde a necessidade de ensinar a questão de conquistar uma mulher em uma balada. Logo entendo porque a minha amiga se tornou lésbica após ter lidado com ex-namorados que eram possessivos e não lhe davam liberdades. Tanto que ela reclama sobre o fato da macharada do sul do nosso país não tem muito o que conversar pela falta de qualidade da prosa de tais seres humanos masculinos.

Tanto que a dificuldade dos meus amigos em manter uma conversa com uma mulher. Várias amigas minhas com quem converso percebem essa dificuldade. Não nascemos sabendo de tudo. Porém, isso mostra quão complicado está o status do diálogo entre pessoas de sexo diferentes diante de uma necessidade em respeitar as linhas vermelhas estipuladas por meio do movimento Me Too onde vimos a importunação social ser considerado um assédio nos Estados Unidos ou um direito dos homens na França.

Isso explica o aumento do número de mulheres no alistamento da marinha americana citado por Garfield, o grande comedor de lasanhas.