A religião não atrapalha?

Em mais uma troca de tweets com a escritora portuguesa. Lá está o debate sobre a religião e sua função de podar os hábitos mundanos e seculares. O debate sobre tal face da sociedade vem sido ditado pelos eventos no Oriente Médio onde a questão de não se ter um credo é visto como pecado junto com as críticas ao islamismo que são tratados como blasfêmia que surgiu na teocracia iraniana nos tempos do Aiatolah Khomeini.

No Oriente Médio pré-1979, se discutia o fato de ter uma conciliação entre a sociedade secular com a presença do islã. Quem começou a separação estado-mesquita foi o pai da Turquia moderna, Mustafa Kemal, conhecido como Ataturk. Uma das medidas que implantou foi o banimento do véu islâmico nas repartições públicas. Isso criou uma cultura livre pra mulheres turcas em grandes centros como Istambul e afins.

Tanto que nos anos 1970, Istambul tinha uma cena amadora de filmes pornôs para atender o mercado europeu. Nos anos 1990, um filme pornô alemão foi rodado na cidade turca com a atriz húngara Anita Rinaldi. Mas como a ascensão de Recep Tayyip Erdogan primeiro como prefeito da metrópole com seu conservadorismo religioso junto com suas atitudes autoritárias. Isso foi repelido aos poucos como os filmes B sobre prisões turcas.

O Irã era uma sociedade mais ocidentalizadas do Oriente Médio por causa do afã modernizador do Xá Raza Pahlavi. O imperador persa tinha uma necessidade de gastar os vastos recursos do petróleo iraniano em projetos e armamentos ocidentais. O Xá queria ter um concorde e era acionista da Mercedes Benz a ponto de pedir um projeto de um jipe de luxo que deu origem a Classe G fabricado na Áustria pela Magna Steyer.

Com a queda do regime em 1979 por causa da doença do Xá e o vácuo de poder deixado pelo fim da monarquia. As canções ocidentais foram substituídas por cânticos religiosos porque a revolta popular foi sequestrada pelos Aiatolás. Isso piorou com a guerra com o Iraque onde o ditador iraquiano Saddam Hussein tinha apoio ocidental com acesso a armamento que as receitas oriundas do petróleo podia pagar a perder de vista.

A religião foi vista como uma forma de correção de rota tanto em Istambul quanto em Teerã. O Ocidente foi visto como um inimigo a ser combatido por sua cultura e suas liberdades. Enfim, os terroristas e os clérigos radicais ainda tem medo de um mundo onde as pessoas perdem o medo de questioná-los como aconteceu em 2022 no Irã onde o véu islâmico ainda é uma forma de controle social e criticá-los é uma blasfêmia….