A liberdade de protesto em Londres

As manifestações em Londres estão complicadas com a ala pró-palestina e a extrema-direita foram inflamadas por causa do artigo da secretária do interior Suella Braverman ter feito duras críticas a Scotland Yard por causa do uso do termo Jihad por manifestantes em uma manifestação anti-israel nas ruas londrinas. Com o caos em Londres no último fim de semana nos dias de memórias aos soldados mortos em guerras.

O primeiro-ministro Rishi Sunak está sob pressão para demitir Braverman por causa das guerras culturais alimentadas por ela e seus apoiadores nos últimos dias. Antes do artigo do The Times. A secretária classificou como estilo de vida o fato do moradores de rua estarem nas ruas britânicas. Além de ter defendido o acordo de mandar imigrantes ilegais para centros offshore em países com problemas de direitos humanos como Ruanda.

Braverman procura ter uma visão arcaica para agradar o público dos canais de tv conservadores como a Talk TV e a GB News. Ela é elogiada por tabloides como The Sun e Daily Mail por suas opiniões controversas. Isso é comum nos cargos de secretários do interior nos tempos de Priti Patel (governo Johnson). Sem contar as tensões com a Scotland Yard no atual momento onde a polícia londrina passa por uma revisão de suas práticas após investigações concluírem problemas como racismo, misoginia e homofobia entre as suas fileiras.

O fato é que a secretária do interior tenta marcar território dentro do partido conservador com a guerra cultural como é usado desde 2014 quando o líder eurocético Nigel Farage ganhou os holofotes ao defender a saída do Reino Unido na União Europeia e isso deixou os tories em uma posição de defender políticas duras para a questão migratória e impor a tese da lei e da ordem assim como sequestrou o bom senso entre os repúblicanos nos Estados Unidos.

Essa postura política permitiu uma hegemonia de 13 anos para os conservadores que poderá ser encerrada se caso os trabalhistas vencerem a eleição geral em 2024. Pela primeira vez em uma década, os trabalhistas estão unidos e coesos mesmo com a tensão entre membros muçulmanos e judeus devido a guerra entre Israel e Hamas. A liberdade de protesto em Londres é apenas a ponta do Iceberg da política britânica.