O trabalho anônimo

Nos últimos dias, eu recebo vários comentários em inglês sobre um post que escrevi em 2017. Todos são elogiosos por escrever de uma forma simples. Teve algumas tentativas de flodar ou diminuir a caixa de comentários. Mas como faço a moderação, deu pra permitir novas opiniões de nossos leitores anglófonos. Esse é um trabalho anônimo que curto fazer porque posso publicar textos e ter a reação do leitor….

O medo de pensar

Sempre vejo alguém falando que as músicas atuais junto com os vídeos do YouTube foram feitos para não pensar. Logo entendo porque a humanidade tem uma certa preguiça em ver o mundo com outros olhos e pensamentos para tentar achar um sentido no mundo contemporâneo. Porém, isso mostra que a qualidade do ensino feito no nosso país é péssimo porque não explicamos o sentido de refletir e falar de ideias para uma massa de alunos que são bombardeados por isso.

Eu me lembro de quando ia a biblioteca do instituto para fazer pesquisas com o intuito pessoal. Meus amigos me diziam que estava fazendo uma apostila por me verem tirando uma cópia de textos no xerox da escola. Isso me fazia ser respeitado por causa do meu hábito de pensar e ler sobre vários assuntos. Nos anos 2000, tínhamos o orkut e eu não tinha internet na minha casa. Eu fui aprendendo a mexer nos sites graças as pessoas como o professor Camilo e a minha amiga Rafaela.

Quando tinha um tempo livre. Eu ia conversar com os meus amigos de informática sobre o mundo da tecnologia. Foi lá que conheci uma amiga que dei o apelido de Thatcher por ser a dama de ferro. Quando voltei ao instituto em 2007 para fazer o curso técnico de computadores. Estávamos em uma aula discutindo sobre o Iphone e os meus colegas estavam espantados comigo. Ela explicou que eles deveriam estar acostumados com a minha pessoa por falar de vários assuntos.

Entendo que precisamos estimular a busca de novos conhecimentos. Porém, não se faz isso se não tivermos uma cultura de pensamento. Eu ainda lido com isso porque as pessoas não querem pensar por temer uma espécie de represália da ignorância diante de um mundo contemporâneo onde se fábrica consumidores, mas não se faz cidadãos emancipados em um momento onde a nossa sociedade precisa discutir uma ampla reforma em nosso sistema educacional.

Logo entendo que isso é importante para a melhoria de nossas produções publicitárias, intelectuais e culturais. Pensarmos em novas formas de fazer coisas interessantes são importantes para sairmos da inércia da ignorância onde produzimos vídeos curtos e sem muita reflexão sobre a humanidade em um momento onde não entendemos como a sociedade possa produzir um sistema de mercado onde se valoriza as habilidades do que a falta de um pensamento pelo medo de pensar.

Um pseudojornalismo

Entre 2010 a 2011, o Homo Causticus publicava links da editoria de diversão do portal Terra. Eram fotos de mulheres na praia. Tínhamos uma boa audiência, mas decidimos encerrar porque prejudicava a audiência. Não nos arrependemos da decisão de não publicarmos links de tais matérias. Lembrei disso hoje ao ver o vídeo do Regis Tadeu comentando os 10 anos da piada do Caetano Veloso estacionou um carro no Leblon. Isso criou um pseudojornalismo como o mundo das celebridades.

Quando paramos de publicar sobre o assunto. Tivemos uma queda de audiência, mas ganhamos uma voz própria ao falarmos de assuntos que nos interessam. Mas tomar uma decisão tão radical rapidamente foi importante para nós porque reconhecemos uma atitude precipitada e começamos a reescrever a nossa história ao permitir a escrita sobre diferentes assuntos diante da ascensão de um pseudojornalismo que virou obrigatório para os portais de comunicação e a para a mídia digital.

Mas como permitir a ascensão de um jornalismo propriamente dito onde os repórteres tenham independência editorial sem ter a intromissão dos editores em sua obsessão por likes e clicks. Isso exige uma nova forma de encarar o mundo ao quebrarmos a espinha dorsal do pseudojornalismo ao oferecermos bons textos de diferentes assuntos que não são comentados na mídia brasileira por causa de um pensamento onde a população não entenderia tal pauta alternativa.

Temos que romper com o ciclo da ignorância que se perpetua no Brasil. Precisamos de bons colunistas, cronistas, repórteres, editores e articulistas que rompem com o senso comum. Mas hoje, vemos uma estenografia invés do jornalismo propriamente dito quando necessitamos de conflitos para defender a liberdade individual e questionar os dogmas comuns de nossa sociedade onde se louva certas coisas onde não permitem uma voz do contraditório e da opinião contrária.

Este movimento tem de ser feito por uma imprensa alternativa onde os leitores possam ter o costume de pagar por uma assinatura ou o hábito de doar dinheiro para as empresas do jornalismo alternativo. Além de um processo de reciclagem intelectual onde saíremos do estágio de estarmos entre os zumbis do Walking Dead para irmos ao desenvolvimento educacional onde questionamos a nossa sociedade. Assim permitirá uma qualidade em nossa educação.

Precisamos de jornalismo e não um pseudojornalismo.

Vou ter um canal no YouTube

Em recentes conversas com os meus amigos baladeiros cariocas. Eles me questionaram porque eu não tenho um canal no YouTube dada a minha vocação para um humor ácido e a minha estranha voz como o nobre leitor percebeu nos podcasts que posto neste blog. Eis que decidi ter uma conta em tal rede social em sociedade com o meu amigo Fernando.

Nós tínhamos a ideia de fazer um podcast. Algo que estou acostumado a fazer desde de 2013. Mas perdi a vergonha e os meus amigos como o Fernando e a Turma do Rio me pediam para ter um canal para fazer algo que sempre quis. Contar os fatos históricos ou fazer vídeos de humor com a marca de uma voz estranha com sotaque carregado do interior.

Sempre tive uma visão preconceituosa sobre os Youtubers. Agora, eu agindo como um líder da oposição do Reino Unido com o seu shadow cabinet (que desastrosamente traduzem como gabinete fantasma (só falta chamar o caça-fantasma)). Meu grande amigo Fernando terá que ser um anjo da guarda para lidar com as minhas ideias intricadas de minha mente.

Vou ter tempo para planejar como o canal será feito. Além de aprender a fazer roteiro e edição de vídeo além de escolher fotos que vão ilustrar com a narração deste que vos posta. Posso fazer o tais documentários que tanto desejo fazer para concorrer com a BBC. Produzir aquelas reportagens ao estilo do programa Panorama ou um editar um boletim noticioso como se fosse os cinejornais dos anos 1950.

Vai ser um longo trabalho para fazer junto com o meu sócio Fernando. O bom de você ter alguém que acredita em seu trabalho é que podemos montar um negócio excelente para as nossas vidas. É uma forma de inovar no vasto campo da tecnologia fazendo algo que goste e se tivermos sucesso ou não. Não sei, mas tenho a sensação de fazer uma boa coisa para a humanidade.

2 anos escoceses

Quando se começa a trabalhar em uma cobertura de um evento histórico. Precisa-se de planejamento e muitas ideias para se contar as histórias, fazer análises além de montar uma estrutura técnica para te dar um suporte em um acontecimento como esse. Isso aconteceu com o referendo da independência da Escócia. Para que esse momento histórico fosse contado de uma maneira simples, informativa e única. Este que vos posta passou dois anos afinando o piano para fazer um amplo relato sobre os fatos ocorridos no dia de ontem e hoje.

Tudo isso começou em um domingo a noite em janeiro de 2012. Eu estava passando o tempo antes de ver o Newsday, da BBC World News. Entrei no site da BBC e vi um video de uma entrevista do primeiro-ministro britânico David Cameron ao programa The Andrew Marr Show, da BBC One. Em um momento, Cameron defendeu a realização de um referendo para decidir se a Escócia se torne um país independente. Assim encerrando uma união de mais de 300 anos de história e divergências.

Aquilo ficou em minha cabeça. Então avisei dois amigos sobre isso. O meu velho amigo Maurício e minha fonte oficial anônima (ela é uma amiga que quer se preservar a sua identidade) sobre o fato escocês. Nos dias seguintes, não vi nenhuma repercussão na imprensa brasileira. Mas a midia internacional estava atenta. Tanto que Cameron foi a região para tratar dos termos do referendo. Eu publiquei um post no serviço em inglês do Homo Causticus, o HC World Service, sobre tal encontro do primeiro-ministro com o lider nacionalista Alex Salmond.

Isso agradou uma leitora britânica, que republicou o meu post no blog dela. Então, iniciei a cobertura do referendo escocês desde de 2012. Quando havia uma notícia relevante sobre a votação publicava no HC World Service. Em outubro de 2012, logo nos primeiros dias que comecei a ver a BBC News, o âncora do BBC News At Ten, Huw Edwards foi para a Escócia para cobrir o acordo que permitiu o referendo. Foi a primeira vez que vi o editor de política escocesa da BBC, Brian Taylor (que entende como poucos a política local)

Apartir disso, comecei a postar notícias sobre política britânica e acompanhar de perto os dois anos de campanha. Este trabalho mudou a minha vida pelo fato neste meio tempo, eu fiz coberturas importantes como as eleições em várias partes do mundo. Em 2014, o Homo Causticus entra na cobertura com textos analisando os principais fatos do periodo eleitoral escocês. Nossa empreitada foi interessante pelo fato de acompanhar o fato desde do começo da jornada. Estes foram os dois anos escoceses de minha vida.