Deveríamos nos informar melhor

As olímpiadas nas redes sociais no Brasil me trouxe um certo inconformismo. Sempre queremos posar de entendidos de um determinado esporte que não tem uma nota no jornal há cada 4 anos. Logo entendo a minha frustração com o nosso país onde o estímulo ao esporte e a educação não são feitos da devida maneira. Não há solução fácil para este problema. Mas como iremos mudar um panorama de palpiteiros de 280 caracteres de pessoas que acompanham um esporte?

Isso nos remonta a questão esportiva. Os canais esportivos estão cada vez mais na monocultura do futebol invés de investir em novas fronteiras esportivas. A ESPN exibe os jogos de rugby enquanto o Sportv tem uma overdose do esporte bretão. Isto não muda do dia pra noite. Temos que ter iniciativas que apostem na cobertura de esportes seja americanos seja olímpicos onde temos um pluralismo esportivo presente tanto na programação de TV a cabo quanto nos serviços de streaming dos mesmos.

Temos que criar uma mídia esportiva onde possa acompanhar os esportes de maneira correta. Isso demanda investimentos em direitos de transmissão e uma ampla reforma estrutural como a tributária onde se possa criar modos de simplificar os custos de cobrança de preços para que as operadoras de TV possam oferecer um bom serviço a um preço acessível ao público como forma de ter uma operação lucrativa no longo prazo devido a formação de uma audiência consumidora.

Quem deve entrar no jogo é a mídia impressa e eletrônica como jornais, revistas e portais pra oferecer um espaço para jornalistas, não-jornalistas e produtores de conteúdo possam ter uma renda e tempo para se dedicar ao trabalho de comentar vários esportes ou um esporte específico junto com a qualificação profissional para que tenhamos gente preparada para informar ou comentar algo sem cairmos na armadilha de palpitismo que ronda o Brasil contemporâneo.

Isso vai demandar tempo para que podemos estruturar o nosso serviço de mídia esportiva. Estamos no mesmo barco e precisamos de um norte. Ao mesmo tempo que os custos de produção junto com a receita tanto publicitária quanto do cliente do serviço se equiparem para permitir uma expansão sustentada do mercado. Isto nos permitirá sairmos da opinião palpiteira para ter uma qualidade de uma análise mais apurada ou termos uma cobertura qualificada do esporte predileto.

A prontidão

Trabalho em uma webrádio. Minha amiga comentarista teve que se ausentar devido a morte de sua avó. Ela iria comentar o jogo entre Manchester City e Manchester United. Meu amigo AVC me avisou disso ontem quando estavámos fazendo o briefing do jogo do Borussia Dortmund contra o Fortuna Dusseldorf.

Isso me lembra das vezes que fiz tais emergências na rádio. Sempre estar atento para quem iria comentar os jogos. Eu me senti frustrado quando ouvi o PVC Baiano afirmando que plantonista não poderia comentar o jogo. Então, virei um comentarista as avessas diante da necessidade de fazermos jogos da Premier League e Bundesliga.

Muitos dos meus colegas de rádio ficam obcecados em dissecar os números do jogo ou ter um certo lirismo futebolístico. Mas logo vi uma carreira sem maiores pretensões e isso deu certo como comentou o meu segundo-psiquiatra lembrando dos tempos onde jogou basquete mesmo que todo mundo queria ser jogador de futsal.

Meu chefe gaúcho sempre cita as estatística do jogo e eu emendo com um comentário explicando a cultura de um país como fiz nas vezes que comentei Europa League e as eliminatórias da Eurocopa. Tinha momentos que eu era o único comentarista da rádio. Mas os tempos mudaram para melhor.

Hoje, a rádio tem mais comentaristas como eu, a minha amiga, o meu amigo AVC e o nosso amigo gaúcho. Estou mais amadurecido para lidar com o fardo de emitir as opiniões sobre um jogo. Não vejo os jogos do brasileirão como se fosse um nerd da peleja. Mas posso dizer que estou de prontidão para comentar City e United.

Entre a besta e o bestial

O técnico da seleção portuguesa da copa de 1966, Oto Glória, dizia que os treinadores estão entre a besta e os bestiais. Me lembrei disso na madrugada de hoje enquanto acompanhava o pós-jogo da final da Copa do Brasil entre Athletico Paranaense vs Internacional. Isso me suscitou alguns pensamentos.

Não fiz os comentários do jogo porque a rádio onde trabalho teve problemas técnicos. Mas eu e o AVC percebemos que algo estava errado quando Andrés D’Alessandro não foi escalado entre os titulares do time colorado. Nosso feeling foi acertado ao vermos a reação do jogador colorado ao saber da decisão de Odair Hellman durante o aquecimento.

Quando o jogo acabou. Vi meus amigos colorados no grupo de nerds no whatsapp onde sou membro comentarem que não aguentam mais a incompetência da diretoria do Internacional em lidar com as competições. O argumento de que Hellman não colocava um time para atacar estava evidente.

Então, decidi ouvir a Rádio Bandeirantes de Porto Alegre para perceber a reação da imprensa gaúcha diante do ocorrido. Tanto os dirigentes representados na figura do presidente Marcelo Medeiros e do vice de futebol Roberto Melo falavam de aspectos táticos enquanto Hellman discutia a situação financeira do clube.

Hoje, a imprensa gaúcha e os torcedores da ala colorada do Rio Grande do Sul estão se perguntando porque o Internacional não vai pra frente. Não se sabe até o momento onde estou escrevendo esse post se Hellman seria demitido ou não. Logo, penso na máxima de Oto Glória sobre treinadores e afins.

As dores do futebol

Nessa semana, pensei que iria trabalhar na rádio por causa da Libertadores. Mas meu chefe gaúcho que mora em Pelotas estava ocupado demais em seu outro emprego em uma emissora de radiodifusão local. Então, decidi acompanhar o jogo entre Palmeiras e Grêmio direto do meu escritório temporário.

Mas logo após a eliminação do Palmeiras nas quartas de final da Libertadores com a derrota de 2 a 1 ao Grêmio. Eu decidi apurar a história com o meu amigo AVC. Ele é um grande palmeirense da turma do amedoim. Percebi algo estranho quando Felipão colocou Deyverson no lugar do William Bigode.

Mas as minhas suspeitas estavam corretas no pós-jogo onde os repórteres não conseguiam extrair uma explicação para aquilo nas palavras de Luiz Felipe Scolari ou de Renato Portaluppi. Levantei tarde hoje para acompanhar a reação de tal desastre lupopédico nos programas esportivos do horário do almoço.

Enquanto arrumava uns documentos para a minha mãe. Vi o Neto com a toca da Peppa Pig tirando sarro do Palmeiras. Meu amigo AVC me mandou um print onde Sormani pedia um técnico estrangeiro para o Palmeiras. Além de uma longa discussão do futuro palmeirense entre Celso Unzelti e Jorge Nicola.

Cheguei a conclusão que tal remédio-veneno descrito por José Guilherme Wesnik junto com as crônicas de Tostão e Juca Kfouri virou intragável para o meu amigo pedreiro. Sem contar a indignação do AVC diante de tal desastre lupopédico. Enfim, terei que entender as dores do futebol quando Deyverson não jogava bem ontem.

Uma estreia nervosa em Twickenham

Em 2011, este que vos posta prometeu fazer a cobertura da Copa do Mundo de Rugby. Mas devido a problemas pessoais e estruturais. Não pude realizar tal ato. Mas passado quatro anos, as coisas mudaram e permitiram ver o jogo de abertura da peleja rugbiana sediada na Inglaterra entre a dona da casa contra Fiji organizada pela Rugby Union (é que existe duas associações do Rugby, a Rugby League e a Rugby Union).

Minha amiga Dany teve problemas para acompanhar o jogo por causa da baixa qualidade do serviço de internet prestado no Brasil. Mas a sua observação sobre a força dos jogadores de Fiji é pertinente. Fiji sobre conter os avanços ingleses em Twickenham. Mesmo assim, a Inglaterra marcou cinco trys sem maiores problemas se aproveitando dos erros feitos pelos jogadores da pequena ilha de Fiji que fizeram sua dança maiori antes do jogo.

Meus amigos do grupo Rugby Brasil notaram que o nervosismo do time inglês. Isso pode mostrar um problema que os ingleses terão pela frente ao enfrentar o País de Gales na próxima rodada. A Inglaterra pontuou se aproveitando os erros de Fiji. Mas conseguiu dominar o jogo tanto no controle da posse de bola quanto nas roubadas da mesma que eram feitas pela a perda do mesmo para os jogadores da pequena ilha da Oceania.

Fiji tinha o controle do jogo. Mas os erros bobos cometidos por seus jogadores mostrava a fraqueza de um time que não tinha uma estratégia para lidar com o avanço inglês. Mesmo com o esforço de John Volavola e Nadolo. Fiji é uma equipe frágil para avançar para a próxima fase da Copa do Mundo de Rugby se não corrijir tais problemas a tempo para não perder por jogadas ineficientes nos outros jogos nesta parte da competição.

Bem, hoje foi um dia histórico para este que vos fala. Mesmo que Dany não tenha visto o jogo por causa de uma internet de baixa qualidade. É a primeira vez que vejo uma partida da Copa do Mundo de Rugby e o Homo Causticus vai cobrir está competição não por modinha. Mas sim porque é um esporte pouco explorado por nossa mídia esportiva com sua vocação monolítica para o futebol. Afinal, queremos ver os jogos em Twickenham.