Eu convivo com os adolescentes no Facebook. Porém, percebo a falta de paciência dos meus contemporâneos de geração com os novatos. Logo vemos aquelas rusgas entre as pessoas por causa da diferença de idade que é exposta desde dos gostos musicais até as opiniões sobre o mundo e a humanidade. Isso me preocupa por não termos uma ponte entre dois mundos tão distintos onde os seres humanos possam discutir sobre as séries dos anos 1990 ou das músicas de 2020.
Quando era adolescente nos anos 2000. Eu tinha que bancar um Gorbachev nessas horas. No instituto, meus colegas ouviam heavy metal, emocore, classic rock e post-punk como eu. Nossa geração sempre colaborava nos gostos alheios por ter uma formação musical que em sua medida se enquadrava no ambiente do Rock N’ Roll. Estamos falando de uma escola pública onde tinha o vestibulinho para entrar na escola e ter direito a matricula para estudarmos o ensino médio.
Hoje, meus amigos adolescentes gostam de funk, sertanejo e sofrência. O que pode se apontar como a decadência do mundo cultural por causa do pouco acesso a formação musical em que minha geração tinha como uma forma de deixar claro a nossa separação intelectual perante nossos pais. Os adolescentes querem ouvir músicas onde possam se identificar e não ser discriminados por seus pares como acontecia com o movimento emo diante de letras com péssima qualidade musical.
Vários adolescentes querem ouvir as bandas pop sul coreanas como uma forma de pertencer a algo especial. Mas logo vemos que tais iniciativas criam atritos entre aqueles de gosto musical popularesco e a elite pensante de Seul. Logo percebemos que a coesão da minha geração foi forjada em um momento onde as rádios tocavam músicas com solos de guitarra para ter acesso ao grupo jovem como eu em minha fase de adolescente para escutarmos em um aparelho de MP3.
Hoje, vemos ascensão do serviço de streaming musical como Spotify e Deezer. Onde nós descobrimos um novo mundo para o nosso gosto de músicas onde os algoritmos possam nos oferecer opções baseados em nossos metadados como as buscas em tais serviços. Logo entendo porque vivemos em um tempo onde nos sentimos anciões onde nós podemos discutir assuntos que os adolescentes não iriam entender por não ter uma formação tão distante de sua realidade.