Eles só queriam falar de Home Runs

Ontem, morreu o escritor americano Paul Auster aos 77 anos devido a um câncer no pulmão. As reportagens falam de ele ser a voz do Brooklyn. Pois bem, Nova York tem dois times de Baseball como o Yankees e o Mets junto com o finado Dodgers que se mudou para Los Angeles onde permanece até hoje. Pois bem, Auster falava de Baseball e isso foi motivo de uma citação do seu colega cubano Leonardo Padura porque só ele perguntavam de política enquanto desejava discutir Home Runs.

Escritores sempre são entrevistados para divulgarem suas obras ou opinarem sobre o mundo. Auster sempre falava de New York enquanto Padura tinha que falar da política cubana. Isso em um momento onde a aproximação entre cubanos e americanos foi concretizada pelo papa Francisco em 2014. Em sua visita a Havana em 2016, Barack Obama e Raúl Castro foram assistir um jogo de baseball juntos como um gesto de boa vizinhança.

Tanto que a MLB estabeleceu um protocolo para admitir jogadores cubanos. Nos anos de tensões entre Washington e Havana. Atletas cubanos desertavam para jogar na MLB americana. Além da política de admissão de cidadãos cubanos em solo americano onde se pisassem os pés nos Estados Unidos tinham direito do pedido de asilo político aceitado de forma automática como aconteceu na crise do Porto de Mariel em 1980.

Auster estava na espreita para falar de Baseball enquanto Padura só queria ter o direito de comentar um home run. Enquanto víamos a voz do Brooklyn retratando New York. Havana era o palco de romances policiais onde o inspetor ficava cabreiro ao entender as motivações. Ao mesmo tempo que a normalização não prosseguiu devido a crise da Síndrome de Havana que foi desvendada por uma investigação da CBS e da revista alemã Der Spiegel.

Auster nos deixa para falar de New York enquanto Padura ainda lida com os burocratas para que seus livros possam ser publicados em Havana. O que adianta o imperialismo yankee ou os mitos da revolução cubana. Escritores querem ter a liberdade para falar daquilo que tanto gostam. Isso me lembra como Rachel de Queiroz não se interessava por discussões literárias, mas gostava de ver uma luta do Mike Tyson…

SNL e ESPN (mas americanos)

Nos tempos que via cortes de podcasts por pura preguiça de minha parte. Um comediante stand up definiu o Saturday Night Live como um teatro tosco. Pois bem, eu vi o Weekend Update e vi como o nosso humor está anos luz da produção americana. Dias desses, eu acompanho o Manningcast para assistir o Monday Night Football nos canais da ESPN onde os irmãos Eli e Peyton Manning falam dos jogos da NFL.

Eu gosto de assistir as transmissões americanas por uma questão pessoal. Quando comecei a escrever sobre o Monday Night Football no NFL S.A. Eu não tinha tv por assinatura na minha cripta-escritório. Então, eu tinha uma conexão de internet e assistia a transmissão da ESPN americana para ajudar com o meu inglês. O que eu adorava os comerciais da tv americana que me rendia boas piadas no twitter na ocasião.

No caso do humor, eu aproveitava as minhas madrugadas para assistir os monólogos do SNL porque passaram a ser transmitidos ao vivo pelo Youtube. O canal do SNL só na atual temporada liberou as sketchs no domingo para podermos assistir para quem mora fora dos Estados Unidos. Isso nos mostra como as piadas escritas por americanos nos valem a pena por serem engraçadas e bem escritas por eles em seus dialogos.

O Brasil tenta imitar o modus operandi americano, mas não conseguem. Vemos o humor stand up onde as piadas são escritas por crianças de 30 anos de idade e ainda evocam o mantra tudo pela comédia por causa da incapacidade de rir de si mesmo. No futebol americano, a ESPN brasileira tenta fazer algo pra aproximar o público em seu modo antipopular como é comum no pindorama em seu síndrome de invasão de cartageneses a Roma.

Logo não me surpreenda a nossa falta de talento tanto no stand up quanto na bola oval. Precisamos melhorar a nossa educação e cultura para não sermos vassalos do imperialismo yankee como alguém da esquerda contemporânea na América Latina sempre fala em uma plateia de diretório estudantil. Para melhorarmos, precisamos estudar e não imitar. Isso nos ajuda a ter uma inteligência com boas piadas e bons comentários.

Os amigos do Baseball

Semanas atrás, eu estava no Twitter quando o pessoal do Baseball no Brasil não era um ambiente tóxico como aconteceu em outras ligas de esportes americanos como NBA (Basquete), NFL (Futebol Americano) e NHL (Hockey no Gelo). Eu respondi que nós cuidamos da nossa vida invés de encher o saco do próximo. Assim, fizemos muitos amigos e não ficamos bancando a soberba do ego inflado tão comum nas redes sociais.

Isso foi provado ontem….

A MLB (liga americana de baseball) não conseguiu a chegar a um acordo com associação de jogadores profissionais por causa de pedidos da MLBPA por melhores salários junto com melhorias nas condições de trabalho para os atletas estrangeiros e esportistas universitários em sua primeira temporada como jogador profissional da liga. O cancelamento de duas rodadas da temporada regular da MLB para que tivesse tempo pra negociar os termos do novo pacto.

Vários perfis de baseball no Twitter se organizaram para acompanhar as negociações durante a tarde de ontem. Meu amigo do after home plate e este que vos posta estávamos acompanhando a entrevista do comissário da MLB Rob Manfred onde anunciou o adiamento do começo da temporada regular após o impasse continuar entre os donos de franquia junto com os jogadores por causa do novo acordo salarial em gestação.

Os donos de franquia querem congelar a folha salarial dos contratos no valor de 220 milhões de dólares de 2022 até 2024 cujo o teto seria corrigido progressivamente. Porém, os jogadores iriam perder dinheiro por assinarem um contrato longo com valor astronômico como foi feito pelo San Diego Padres para segurar o rebatedor Fernando Tattis Jr. por US$ 340.000.000 por 10 temporadas por exemplo. O acordo citado foi feito em 2021 e não teria chance segundo a nova política de salários propostos pela MLB para a MLBPA.

Amanhã, a MLB e a MLBPA vão retomar as negociações para ver o que pode ser feito. O cancelamento das duas primeiras semanas da temporada tem um efeito desastroso nas relações públicas porque não permite o incentivo do baseball na criançada tanto nos Estados Unidos quanto na América Central, Caribe, Japão e Coreia do Sul.

Enfim, teremos trabalho pela frente….