As emissoras públicas na Europa enfrentam os problemas como a impaciência dos governos de plantão. Isso acontece com a BBC por levar pedradas de Downing Street como no relatório Luton em 2004 onde a Aunt foi duramente criticada pela condução de uma investigação contra as mentiras da Guerra do Iraque em 2002 onde um cientista foi encontrado morto em uma floresta onde o primeiro-ministro Tony Blair teve um alívio antes do inquérito Chilcot ser aberto em 2010. Tanto que a emissora teve de mudar sua estrutura de comando com a criação da BBC Trust.
Isso acontece na Itália com a Rai….
A emissora italiana em seu centenário lida com uma rusga com a primeira-ministra Giorgia Meloni após ter cancelado uma entrevista com um professor italiano que acusa Chigi de ser fascista. A resposta vem de Montecitorio onde os partidos de oposição dão apoio a Rai como o Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas. Ao mesmo tempo que a coalizão de partidos de extrema-direita que comanda o governo tem adotado defesa mansas a Meloni.
Meloni era aceita pelo status quo europeu por ser pragmática. Mas isso caiu como uma bomba ao revelar que a chefe do Fratelli D’Italia tem os seus tentáculos autoritários. O PD já deixou claro que irá defender o direito ao aborto que foi conquistado no referendo de 1974. A questão migratória está em um manto de silêncio após os acordos entre a União Europeia e os países do norte da África para controlar o fluxo migratória.
Nos últimos dias, os apresentadores do TG1 da Rai tem lido notas com duras críticas a primeira-ministra em defesa da emissora com sua linha editorial independente. O professor tem defendido a sua postura de considerar Meloni como fascista em textos no seu perfil pessoal no Facebook. Ela tem argumentado a liberdade de expressão como uma forma de assimilar a ideia da livre-circulação de ideias que lhe agradam invés de aceitar o contraditório.
Porém, o semifascismo que Bruxelas tolera pode se tornar um fascismo puro a medida que as eleições europeias se transformar um palco para partidos populistas e de extrema-direita tendo acesso ao parlamento europeu em Estrasburgo. Os temores de bons resultados de partidos como o italiano Fratelli D’Itália junto com o AfD alemão e o RN Francês junto com a vitória do populismo na eleição presidencial na Eslováquia.
Essa é a guerra de foice que vai da Rai até a União Europeia…