O meu mundo….

Ontem, eu estava procurando informações sobre a repercussão da primeira rodada do Six Nations quando aconteceu a maré de discussões sobre o nazismo devido a uma fala imprudente e desnecessária de um influenciador digital com sua necessidade de encerrar uma discussão. A internet brasileira pediu a cabeça dele e conseguiu. Mas esquecemos de uma coisa a ser discutida: a questão do algoritmo nas redes sociais.

Quando estourou a encrenca. Eu estava procurando notícias sobre o rugby. Mas nos trend topics do Twitter. Os termos relacionados a confusão eram assuntos dominantes na internet brasileira junto com a manifestação de personalidades públicas e do mundo digital que comentaram sobre o caso mostrou o medo de perder influência ou sofrer uma perseguição pela patrulha da opinião. Sem contar os casos de racismo e antissemitismo.

A internet deu palco a imbecis como disse o escritor italiano Umberto Eco em 2015. Isso foi motivo de uma discussão sobre a rede mundial de computadores criada por Tim Berners Lee com o intuito de compartilhar informações. O fato da arpanet se tornar internet com o fim da Guerra Fria que tinha o objetivo de criar uma resposta descentralizada a um eventual ataque nuclear soviético segundo os americanos.

A responsabilidade de falarmos disso mostra um despreparo por parte dos influenciadores digitais que não sabem usar o poder de comunicação fornecido pelas redes sociais. A autenticidade virou uma forma de atrair um público que se mantém anônimo. A alienação de tais consumidores criou um modus operandi onde a população se baseia em informações que não são checadas e sua veracidade confirmada como as teorias da conspiração.

Sem contar o fato de estarmos em um país onde não se investe em educação por meio de gestos simples como estimular a leitura entre o público como uma forma de entender a sociedade. Nós estamos em um momento delicado onde a população não tem um ideal onde possa fornecer um rumo e uma direção diante da enxurrada de informações a todo minuto. O meu mundo se resume a ler sobre o noticiário de rugby.

Se livrando da tralha digital

Eu estava vendo o meu smartphone de segunda mão e vi que não tinha necessidade de manter um tiktok, snapchat e o twitter. Já os desinstalei e fui cuidar da minha vida. Mas as pessoas não teria paciência de tal desapego tecnológico que vejo no mundo contemporâneo.

Penso nisso quando vejo vários jovens que usam o tiktok para se manterem populares perante seus pares. Eu não dei certo com tal plataforma por não me encaixar nos vídeos de 15 segundos fazendo alguma dancinha em frente a câmera como uma forma de atrair o público.

O snapchat estava desatualizado diante da ascensão do stories do Instagram onde vemos a necessidade de contar como foi o seu dia perante um público ávido em acompanhar a vida de uma pessoa na internet com o intuito de mostrar que é um ser humano legal para a humanidade.

Porém, eu mantenho o Twitter no meu notebook para ver as mensagens dos meus amigos. No smartphone, eu ficava recebendo as notificações de pessoas postando tudo na mesma hora e isso me deixava incomodado e ansioso por esperar uma resposta de um tweet que publiquei.

Hoje, me vejo livre de tais tralhas porque não vejo necessidade de manter no meu smartphone de segunda mão para poder ter uma liberdade de não ser pressionado a atender a plebe com pensamentos esparsos sobre a minha vida como acontece no mundo contemporâneo.

Um detox de facebook e instagram

A preocupação contemporânea são o uso de redes sociais por parte de adolescentes devido aos efeitos na saúde mental. Isso foi evidenciado na recente investigação do jornal americano The Wall Street Journal onde revelou uma farta documentação sobre as práticas do Facebook em não combater o fake news e indo além ao documentar a falta de estrutura da companhia em questão de moderadores de conteúdo e afins.

O ponto mais grave da questão é relacionado a garotas por causa do instagram. A rede social que se baseia em fotos tem sido alvo de críticas por causar danos mentais em adolescentes por causa das fotos de garotas bonitas. Isso tem sido motivo para que jovens cometem suicídio diante de fato de se sentirem mal quando se comparam com outras pessoas bem sucedidas no Instagram com seus posts de academia e afins.

A investigação do Wall Street Journal mostra que a companhia não tem feito nada com o medo de perder o engajamento em países em desenvolvimento como a Índia onde o whatsapp tem sido alvo de discussões por espalhar notícias falsas como foi noticiado recentemente em um momento em que o país está iniciando uma ampla modernização dos serviços públicos por meio das redes sociais como facebook e twitter.

A reportagem do WSJ cita o caso Neymar por ser uma figura importante do Instagram e não ter tomado uma reprimenda por postar vídeos relacionados ao caso de assédio sexual que foi envolvido em 2019. Outro episódio citado é o banimento do ex-presidente americano Donald Trump das redes sociais após a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro feito por militantes conservadores. Sem contar a questão da leniência dos executivos da empresa como o ex-vice-premiê britânico Nick Clegg.

O que fica claro é a necessidade do facebook ter uma regulação jurídica por meio de leis onde deixam claro as responsabilidades das redes sociais como vem sendo discutido no congresso americano nesse momento diante do cenário de oligopólio demonstrado pelas quatro irmãs Apple, Google, Facebook e Amazon por deterem uma vasta concentração de dados privados e pessoais de seus clientes e alimentando um sistema de algoritmos.

Esperemos os próximos capítulos….

Uma sociedade digitalmente opaca

Quando comecei a criar blogs em 2008. Meu grande mestre e amigo Johnson comentou sobre um layout que escolhi para o finado blog escritor andarilho que era um fundo preto. Pois bem, esse foi o modelo usado no Homo Causticus entre 2010 a 2014. O que mudou era o fato de ter leitores falando de sua admiração aos textos do blog e anunciantes pedindo meus dados bancários para pagar a publicidade do blog mesmo não tendo o adsense.

Ai que entramos no nosso senso digital. Minha amiga camgirl Sabrina comentou comigo sobre o super follows no twitter pelo fato de pouca gente no Brasil ter o hábito de pagar uma assinatura de internet ou conteúdo pago. Olha que estamos falando de uma sociedade onde a rede de computadores é vista como um dos pilares do crescimento econômico por meio das redes sociais otimizaram nossas relações em um mundo de celulares e gadgets.

Estamos lidando com um momento onde a publicidade não dará conta de pagar as contas. Sem contar as tentativas de derrubar o concorrente por meio da cultura do cancelamento entre outras formas de censura velada enrustida de atos de bom mocismo do politicamente correto. Precisamos criar uma forma de independência financeira para termos liberdade para criarmos algo interessante para um público ávido por consumir textos, fotos e vídeos.

A sociedade que deseja ter uma imprensa forte tem que começar o trabalho de pagar as assinaturas de jornais, revistas, portais, sites e blogs. Estamos vendo isso com as minhas amigas camgirls que estão criando formas de vender packs com fotos e vídeos sensuais por meio das redes sociais e estão usando as novas formas de pagamento digital como picpay, pix e afins para por as finanças em dia e assim poder ter uma renda.

Temos que oferecer bons produtos e serviços. Mas temos que criar formas de financiamento para garantir o pagamento de nossos salários. Isso é importante por que mostramos que temos algo a oferecer ao mercado publicitário e aos anunciantes. Porém, vivemos uma era de trevas com as patrulhas intelectuais sobre aqueles que pensam diferente. Só tenho a dizer que vivemos em uma sociedade digitalmente opaca nesse aspecto do mundo contemporâneo.

A relevância na rede social

Estava ouvindo Irlanda vs Itália na RTÉ Radio One quando vi uma amiga comentando que se sentia mal quando um amigo dela mantinha contato com um desafeto. Eu não me incomodo com isso como afirmei na resposta a ela. Mas sinto uma certa desconfiança de uma sociedade onde nos tolhe nas redes sociais. Pensei nisso ao ver um cara postando uma thread sobre burocracia. Então, lembrei das palavras dele para mim onde afirmava só acompanhar 60 pessoas sem contar comigo.

As amizades estão mais líquidas usando o conceito do sociólogo polonês Zygmunt Baugmant. Vemos isso nas redes sociais onde encontramos pessoas que pensamos ter afinidade por causa das mesmas opiniões e pensamentos iguais. Porém, não somos amigos onde dividimos alegrias e tristezas porque não conversamos no direct message do twitter. Logo entendo porque as pessoas estão tão desconfiadas entre si no mundo contemporâneo.

Quando vejo pessoas que não me dei bem tanto por opiniões quanto por problemas passados. Eu não fico incomodado com um amigo mantendo amizade com ela. Faço questão de separar uma questão pessoal para não estragar uma amizade alheia. Estamos exigindo uma lealdade em tempos desleais. Não temos aquela ética rígida descrita nos livros de filosofia ou na leitura de textos religiosos publicados em livros sagrados nas religiões pelo mundo.

Eu fiz uma thread sobre o meu hábito de ler que ninguém leu. Mas não fiquei abalado por isso. Porém, as pessoas buscam relevância por uma necessidade de se manterem importantes para seus seguidores. Eu me pergunto porque não criam um blog como eu faço normalmente. Então, afirmam que não tem paciência e a rede social pode quebrar tal formalidade de digitar um endereço de site como era comum na minha adolescência.

Minha amiga ainda deve estar incomodada com o mundo. Eu a entendo por estar desapontada com o fato de amigos terem relacionamento com alguém que lhe trouxe problemas e frustrações. Porém, deveríamos ter um senso de humanidade e respeitar as escolhas de nossos confidentes. Eu penso que deveríamos oferecer o nosso apoio quando uma pessoa nos pede ajuda. Mas não deveríamos ter uma vaidade por causa de um ego ferido que não vale a pena guardar rancor.