Cecil e a estupidez do politicamente correto

Enquanto o mundo estava preocupado com a crise no sistema financeiro chinês. Eis que surge uma onda politicamente correta na busca do caçador que matou o leão Cecil, o símbolo do Zimbabué. Encontraram um dentista americano que foi responsável pela morte de tal animal. Mas os ambientalistas de plantão foram as ruas exigirem a cabeça de tal pessoa com o seu senso de justiça que beira ao ridículo. Tanto que o apresentador da ABC, Jimmy Kimmel protestou sobre a morte de tal felino.

Eu me pergunto como a humanidade está mais tola do que nunca. Estes seres humanos que protestam contra a morte de um leão se esquecem que o Zimbabué é uma ditadura governada por Robert Mugabe e que vive com problemas crônicos como a inflação e a corrupção. Em 2009, o jornal americano The New York Times publicou uma reportagem onde os agricultores locais pagavam os serviços de um hospital mantido por uma ONG americana com sacas de amedoin que serviriam para fazer manteiga.

Enquanto vimos essa onda da justiça feita com as próprias mãos. Isso soa ridículo para mim. Eu não entendo como os ecochatos querem proteger o planeta da destruição humana. Não sei porque não criticam o governo britânico por negar um visto de 6 meses para o artista chinês Ai Weiwei para não irritar a ditadura comunista chinesa cujo o presidente Xi Jimping irá visitar o Reino Unido em outubro. Mas todo mundo quer só lamentar a morte de um animal que habitava um parque em um país africano.

A humanidade tem de parar de fazer frescura. Não posso aceitar que um monte de gente se acha como porta-voz dos direitos dos animais sem respeitar as leis. Por mais que a morte de Cecil seja considerado um crime. O pior ato contra a sensatez humana é ver um país sendo refém das vontades de um ditador como Robert Mugabe. Mas a política africana é uma coisa distante para um simples ecochato que se acha um defensor da natureza contra o odiado ser humano como o pobre dentista americano.

Se queremos um mundo menos hipócrita. Vamos precisar amadurecer as nossas mentes. Somos um bando de infantilóides que pensam que o planeta é um grande maniqueismo que precisa de um guru para os nossos flagelos sentimentais. Minha gente, vamos parar de ler livros de autoajuda ou fazer campanhas estupidas e fazer uma autocrítica sincera para que este planeta que vivemos seja preservado não de caçadores, mas sim de idiotas que juram mudar o status quo destruindo a vida de um cidadão e lamentando a morte de um leão.

Windows 10

Caro leitor, se vossa senhoria notou a minha ausência ontem. Peço desculpas, mas estava instalando o Windows 10. Esse novo sistema operacional da Microsoft foi disponibilizado para o público ontem. Foi uma luta tanto para baixar o Windows quanto instalar o mesmo. Tanto que fui dormir as 3:30 da manhã. Mas posso dizer que o Windows 10 é melhor do que um Windows 7 ou 8.1. Isso mostra que a gigante da tecnologia prestou atenção nas reclamações dos consumidores que tinham problemas com o Windows 8.

Na história da Microsoft, um bom sistema operacional é substituído por um programa muito ruim. Isso sempre foi marcado por aqueles que usam o Windows. Ainda mais quando você estuda informática e ouve o seu professor falando maravilhas do Linux. Mas o grande problema destes programas é não atender a demanda do público de fazer tarefas simples e não complicar a vida do cidadão com uma linguagem complicada e rebuscada que só apenas os profissionais de informática entendem.

Isso lança a velha lenda de que um profissional de T.I. é um agente do apocalipse (só falta de dizer que eles são os cavalheiros das pestes humanas produzidas por uma simples máquina). Apesar de ser formado em técnico de informática. Ainda sinto os dramas de um cidadão comum ao instalar um Windows 10 no notebook de minha mãe. Tanto que ela pensou em me dar um esporro por ter chegado tarde a cama. Mas o desafio de instalar um programa como esse me falou mais alto.

Quando comecei a mexer no Windows 10. Senti que as críticas feitas pelos usuários do Windows 8 foram sanadas. Ainda não temos a certeza que a prometida integração entre um PC e um smartphone que usam o mesmo sistema ainda vai ser lançada nos próximos meses. O Windows 10 traz as facilidades de uma versão 7 ou XP. Isso ajuda e muito o cidadão que precisa de um computador simples e ágil para mandar seus emails do trabalho sem maiores problemas e com um processamento muito rápido.

O Windows 10 vão tentar recuperar um mercado onde detém um monopólio de 90% dos computadores usem tal sistema operacional. As novidades como o serviço de nuvem One Note e o novo navegador Microsoft Edge só reforçam a impressão que a Microsoft fez grandes mudanças para manter a liderança em um mercador onde ela tem uma confortável vantagem diante de concorrentes como o Linux. Agora, terei que ensinar a minha mãe a mexer no novo Windows 10 sem sustos.

A democracia africana por Barack Obama

Em vários momentos na história mundial. Sempre temos um presidente americano defendendo as liberdades individuais em uma nação estrangeira. Hoje, Barack Obama fez um discurso na sede da União Africana em Addis Adeba, Etiópia, onde defendeu que os líderes africanos respeitem as constituições de seus país e não tentem prolongar o seu mandato com as inúmeras reeleições. As palavras de Obama foram ouvidas com atenção por jornalistas e estudantes e ignoradas pelos líderes africanos.

Ao tocar em uma ferida africana, a falta de liberdades individuais que não são garantidas por tais países. Em sua passagem por Quênia e Etiópia. Ele defendeu os direitos dos gays e das minorias em seus discursos. Nunca vimos palavras tão contundentes de um presidente americano. Isso remonta a defesa dos direitos humanos feita por Jimmy Carter no fim dos anos 1970. Mesmo ele não sendo reeleito em 1980. Até hoje, ele é saudado por sua atitude sensata em meio da loucura da realpolitik da Guerra Fria.

Muitos ditadores africanos não devem ter gostado das palavras do presidente americano. A África convive com as ditaduras porque a população não tem voz para contestar os desmandos de um ser autoritário que comanda um país como se fosse seu feudo colonial. O exemplo disso é vermos Robert Mugabe (Zimbabué) ou Omar Al-Bashir (Sudão) que não fazem uma visita internacional por temer alguma represália como uma ordem de prisão por crimes contra humanidade ou corrupção.

As democracias africanas como Nigéria ou África do Sul tem sido condescendentes com os ditadores em prol do bem comum africano. Isso não permite uma evolução social onde a população possa acreditar nas instituições sem temer uma represália de um tirano. As palavras de Barack Obama são um sinal que os Estados Unidos não vão tolerar as ditaduras africanas. Mas devemos exigir a mesma coisa de países aliados com as monarquias absolutistas do Oriente Médio que não aceitam a democracia.

Em seu ato final de sua jornada pelo continente africano. Obama foi contundente em defender os direitos dos gays e as liberdades individuais. Os valores ocidentais devem ser incorporado ao cotidiano africano no simples direito de contestar os desmandos de um ditador sem temer as represálias do mesmo. Os jornalistas e estudantes que ouviram o discurso do presidente americano soam com um sinal de que seu esforço não foram em vão e ainda por cima são incentivados. Isso é uma verdadeira democracia africana sendo defendida por um líder como Barack Obama.

As indecisões do trabalhismo

O Reino Unido está vivendo um momento importante com a disputa pelo cargo de líder do partido trabalhista. O favorito é Jeremy Corbyn. Corbyn é conhecido por sua retórica socialista que se diferencia de outros três candidatos que adotam a visão social-democrata do New Labour como Liz Kendall, Andy Burnham e Yvette Cooper. Tanto que tem um apoio tácito do ex-first minister escocês Alex Salmond em uma entrevista para The Andrew Marr Show (BBC One) para o líder das pesquisas Corbyn.

A disputa do partido exige uma renovação ideológica dentro dos estertores trabalhistas. Corbyn tem uma visão socialista que era adotada por Tony Benn enquanto Burnham, Cooper e Kendall adotam a estratégia da dupla Tony Blair e Gordon Brown. Só que isso foi abandonado por Ed Miliband, que levou os trabalhistas a uma derrota histórica na Escócia. Hoje, a BBC Scotland realizou um debate entre os candidatos a líder do Scottish Labour, Kezia Dugdale e Ken Macintosh onde defendem um independência entre o trabalhismo escocês e o britânico.

A grande questão é como será feito o renascimento do partido trabalhista. Se na era Miliband, tínhamos um partido adotando uma doutrina socialista em que tinha o foco a crise do custo de vida do que as soluções para conter o deficit fiscal do governo britânico. A autoausteridade imposta pelos conservadores como uma forma de ganhar votos e apoios decisivos para a vitória na eleição geral de maio passado. Os trabalhistas precisam recuperar o campo perdido tanto no Reino Unido como na Escócia.

Se a luta continua como disse Ed Miliband em seu discurso de renúncia. Mas como essa batalha será feita? A eleição de Corbyn pode exigir um novo partido. Ele é um azarão que está surpreendendo nas pesquisas com sua retórica anti-austeridade. Em um momento onde os cortes de gastos e benefícios prometido pelo Chancellor of Exchequer George Osborne prometeu na proposta orçamentária apresentada semanas atrás com o claro objetivo de conter a dívida pública junto com reformas para aumentar a produtividade da economia britânica.

Com isso, os conservadores ganham campo pela batalha pelo eleitor centrista. O enfraquecimento do viés social-democrata representado por Burnham, Cooper e Kendall junto com a ascensão de Jeremy Corbyn reforçam que o trabalhismo poderá viver um período de ostracismos como na Era Thatcher. A militância trabalhista precisa escolher um líder que possa unificar o partido e ser preparado para a batalha do referendo da permanência do Reino Unido na União Europeia. Enquanto isso, somos testemunhas da indecisão trabalhista.

Jean Charles

Há dez anos atrás, Londres vivia o pior de seus pesadelos ao ser alvo de um atentado terrorista da Al Qaeda. A Scotland Yard estava desorientada ao tentar desmantelar células terroristas dentro do Reino Unido. Mas o Brasil viu que um filho de sua pátria amada que tentava a vida na capital britânica foi morto pela polícia após uma sucessão de erros cometidos pelas forças de segurança. Jean Charles de Menezes era mais uma vítima de um efeito colateral de um estado que tentava conter uma ameaça que não tinha nome ou rosto.

Passado dez anos, a família de Jean Charles vai tentar reabrir o caso na justiça europeia. Em 2008, a corte de Londres decidiu não punir os policiais, mas deu a possibilidade do juri de usar o recurso do veredicto aberto. Isso possibilitou um acordo entre ambas as partes. Mas com a indicação de Ian Blair, chefe da Scotland Yard para uma vaga da câmara dos lordes e a promoção de Cressida Dick, a oficial que comandou a operação policial que matou Jean Charles ao posto de comando da segurança das olimpíadas de Londres em 2012.

Estes fatos surgem em um momento onde a legislação de direitos humanos britânica pode sofrer mudanças para evitar uma espécie de interferência política em cortes europeias. A família de Jean Charles deseja reabrir o caso para que a justiça seja feita mesmo passado dez anos da morte do brasileiro na estação do metrô de Stockwell. Desde de então, vários artistas como a dupla de música eletrônica Pet Shop Boys e o ex-vocalista da band The Smiths, Morrissey fizeram canções de protesto contra a Scotland Yard.

Agora, o Brasil deve atuar de forma mais intensa para que se evite a omissão que ocorreu durante o rito processual em 2005. Não estamos falando de um toma lá da cá. Mas sim de uma abertura de um novo inquérito para que as lacunas dos erros da operação da Scotland Yard sejam respondidas afim de um veredicto justo e um pedido de perdão por um erro tão fatal que tirou a vida de um brasileiro que apenas queria viver no Reino Unido para ajudar a família que vivia na zona rural de Minas Gerais.

Jean Charles é um exemplo dos erros cometidos afim de deter terroristas sacrificando as liberdades individuais usando métodos pouco convencionais. A grande questão é que o terrorismo não se combate usando os serviços de inteligência e segurança sem ter a segurança de que as informações que tais organizações tem em mãos são convincentes e que podem ajudar a deter um terrorista ou desmantelar uma célula terrorista sem usar a tortura ou matar um simples inocente como Jean Charles de Menezes.