Quando leio o jornal. Eu vejo um colunista que detesta os blockbusters nacionais como as comédias produzidas para atrair o público. Teve uma época onde a cinefilia chamava aqueles que viam as produções de hollywood como colonizados ou ficavam putos por elogiarem o cinema argentino em detrimento das produções tupiniquins por causa do lado sombrio de puerto madero invés da estética da miséria do Glauber Rocha.
Essas discussões sobre o cinema brasileiro me soam antiquadas porque temos bons filmes. Mas nos esquecemos de analisarmos de forma clara. A crítica especializada junto com os colunistas de sites e dos jornais vivem uma espécie de amor e ódio a produção do Zé do caixão até a Tropa de Elite. O Brasil não sabe valorizar o culto e o popular por causa desta relação entre os membros da alta cultura que julgam ser o curadores culturais.
A elite cultural pensa o cinema como um modelo de substituição de exportações invés de ver como algo que pode ser integrado a cultura global. Podemos produzir filmes bons sem a necessidade de cotas entre outras velharias do terceiro mundo. Não adianta termos leis de incentivo a cultura se a maioria das cidades não tem salas de projeção e hoje muita gente opta pelo streaming por ser mais cômodo pra assistir do que pagar um ingresso.
Precisamos criar uma indústria integrada do que a vã iniciativa de uma guerra cultural contra o imperialismo americano representado pelo blockbuster americano. Se não criarmos leis com direitos e deveres para o audiovisual invés de insistirmos nas cotas a rodo pra todo mundo. O cinema nacional ficará com a fama de uma produção de baixa qualidade por o povão quer ver o filme da Marvel sem constrangimentos.
Todos citam Paris por causa das leis de proteção a cultura. Mas se esquecem que o mercado francês é forte no audiovisual por causa da tv a cabo e do mercado comum europeu. Isso fortalece a economia criativa por ter um bom produto sendo vendido para vários países. Acho que não posso falar disso na cinefilia por que eles pensam na cota mas se esquecem da qualidade do produto tão bem difamado como o filme brasileiro.