1984: Terminator e Dokken

Em 1984, os americanos acreditavam piamente no presidente Ronald Reagan com as suas piadas sobre a União Soviética. No mesmo ano, os cinemas viam o nascimento do universo de Exterminador do futuro na saga de um robô que tenta matar Sarah Connor. Meses antes, a banda de Hard Rock Dokken lança Tooth and Nail.

Lembro disso quando vejo o teaser da nova temporada da série American Horror Story que irá se passar no ano de 1984. Então, imagino o revival das troças reaganianas sobre os soviéticos e o belo corpo de Linda Hamilton como Sarah Connor. A humanidade estava tentando entender o futuro em 1984.

No intervalo do Super Bowl de 1984. A Apple lança o comercial do novo Macintosh usando como referência a trama de 1984, de George Orwell com a figura do Grande Irmão assustando a humanidade de maneira distópica enquanto chega uma mulher com uma marreta para destruir a bendita teletela.

O medo de uma distopia junto com as discussões sobre a corrida armamentista entre Estados Unidos e União Soviética nos estertores da Guerra Fria causava calafrios na humanidade do que o Exterminador do Futuro sendo interpretado por Arnold Schawzenegger com os musculos torneados.

Naquele ano, Dokken lançava Tooth and Nail como uma forma de refletir sobre os anos 1980. Os cabelos longos junto com a magreza natural era comum nas bandas de Hard Rock dos anos 1980 como Whitesnake, Def Leppard, Motley Crue e Dokken. Era a junção dos proletários britânicos com as bandas de garagem de Los Angeles.

Enfim, voltamos a 1984.

A mediocridade epidêmica

Em 1984, a Apple lançou o seu computador Macintosh com um comercial no SuperBowl onde uma mulher com uma marreta lança a mesma contra a tela de um ditador do livro 1984, de George Orwell conhecido como o Grande Irmão ou Big Brother. Ao final, o anúncio perguntava para público que estava ansioso pelo ano de 1984.

Passado-se 33 anos. A humanidade está mais medíocre do que nunca. Meu professor-mestre Johnson postou um vídeo em seu perfil no facebook onde mostra a tecnologia nos transformou em grandes idiotas. O pensador Mario Sérgio Cortella criticou o uso do emoji durante uma entrevista ao Pânico da rádio Jovem Pan. Isso é um sinal de nossa mediocridade epidêmica.

Nós não usamos as tecnologia para criar algo importante cultural. Isso transformou as redes sociais em um deserto de ideias onde os tais influenciadores digitais não tem algum senso de cultura ou sabedoria. É mais fácil eles saberem sobre a última música da Beyoncé do que explicar o contexto da Austrália e do mundo feito pelas canções do banda de rock australiana Midnight Oil.

Parece que somos cordeirinhos guiados pela temível figura do Grande Irmão tão bem retratada por Orwell e no comercial da Apple. O máximo de pensamento crítico sobre o papel da tecnologia se resume uma frase: Isso é tão Black Mirror. Numa dessas, as futuras gerações vão pensar que os meus contemporâneos se esqueceram de ler e pensar sobre o mundo.

Em 1984 (o ano), o mundo vivia o estertores da Guerra Fria entre o presidente americano Ronald Reagan e o líder soviético Andrei Andropov. O comercial da Apple falava da tecnologia como uma ferramenta liberdade individual. Mas hoje, tal objeto eletrônico virou uma espécie de criador de uma mediocridade epidêmica que não sabemos se tem cura.

Apple pressiona as gravadoras pelo fim da versão grátis do Spotify só para não ter concorrência

O mundo digital e a nova trincheira do monopólio. A gigante da tecnologia Apple está pedindo de forma delicadamente dura as gravadoras a não renovação de contrato com o serviço de streaming musical Spotify em favor de seu próprio produto, o Beats. Tudo porque a empresa está levando no lombo e perdeu a liderança no mercado de música porque o Spotify oferece músicas grátis enquanto o Itunes fornece downloads mediante um pagamento. Tal atitude está sendo investigada pelo departamento de justiça dos Estados Unidos. Pelo jeito, os nerds da Apple são mais gananciosos do que o Darth Vader.

Cook e Nadella

Nos anos 1990, A Apple vivia uma crise sem precedentes enquanto a Microsoft gozava do prestígio de dominar o mercado de softwares. Mas o mundo dá voltas que o caro leitor não acredita. Enquanto a Microsoft perdia mercado, a Apple se reinventou com a criação do Imac, Iphone e do Ipad. As companhias de tecnologia americanas estavam enfrentando fases tão distintas. Mas a empresa do bilionário Bill Gates conseguiu se reinventar com a chegada de um novo executivo, o indiano Satya Nadella enquanto a Apple vive os louros do lucros na condução de Tim Cook.

Se o mercado de tecnologia é ávido por mudanças e revoluções. Apple e Microsoft estão preparadas para lidar com este ecossistema em constante mutação. Desde que Nadella assumiu a Microsoft. Ele demitiu 18 mil pessoas e foi capaz de mudar o perfil da empresa de uma gigante no mercado de softwares para uma companhia competitiva em várias áreas como os smartphones e tablets com a reformulação do Lumia e a criação do Surface, concorrente direto do Apple Macbook Air. Outro ponto foi melhorar o console de games Xbox One.

Tim Cook pode ter preocupações pela frente. Por enquanto, ele comemora os louros das vendas do Iphone em mercados emergentes como Brasil e China. A Apple tem se tornado mais competitiva e ainda por cima parou de brigar nos tribunais com a concorrente sul-coreana Samsung. O lançamento do Iphone 6 plus criou um novo nicho de mercado, o phablet, como o Samsung Galaxy Note. O misto de smartphone e tablet pode ser o futuro da companhia americana nos próximos anos.

Neste momento, Nadella e Cook são a primeira geração de executivos que sucederam lendas como Bill Gates (fundador da Microsoft) e Steve Jobs (fundador da Apple). Eles tem um longo desafio de manter tais companhias no rumo certo e não perderam para concorrentes como a Samsung e a surpresa chinesa Xiaomi. O principal desafio é ter boas vendas na China, onde a Xiaomi lidera o mercado de forma impressionante e ainda por cima com uma vantagem descomunal para a Apple.

Cook e Nadella lideram companhias de tecnologia que estão se reinventando. A Apple consegue ser uma empresa que empolga os consumidores com novidades nunca antes vistas enquanto a Microsoft está recuperando o terreno após anos de defasagem. Se os novos executivos-chefe conseguiram dar uma guinada no curto prazo, podem fazer mudanças no médio e longo prazo. Este será um longo trabalho pela frente que Apple e Microsoft terão que fazer sob o comando de Tim Cook e Satya Nadella.

As promessas da Apple.

Apple goes to war with the BBC

Fonte: Daily Telegraph

Ontem, o programa Panorama (BBC One) mostrou que a gigante da computação Apple não conseguiu cumprir a promessa de melhorar as condições da trabalho dos empregados de seus fornecedores. Hoje, a resposta vem em um email enviado aos trabalhadores britânicos da companhia enviado por um executivo da mesma que critica a BBC. O estrago já foi feito quando tal reportagem mostrou a dura realidade daqueles que trabalham nas fábricas chineses ou nas minas da Indonésia, de onde vem a matéria-prima de Iphones, Ipads e afins.

A BBC fez o papel de investigar as violações de princípios impostos a Apple aos seus fornecedores e prestadores de serviço. Enquanto a empresa emprega mais de 300 mil funcionários nos Estados Unidos e 1 milhão em vários países do mundo como China e Indonésia. Ela não tem controle sobre o modo como esses trabalhadores estão sendo tratados nas fábricas chinesas ou na minas da Indonésia. Isso reforça a sensação de que a empresa se importa mais com o lucro do que o ser humano.

Em 2010, as denúncias de maus tratos a trabalhadores da fabricante chinesa Foxconn, onde 14 trabalhadores se suicidaram nas dependências da fábrica foi um sinal de alerta para a companhia, que teve que criar uma política de responsabilidade social e ambiental. Mas isso não vinha sendo cumprido por outros fornecedores como a Pegatron e as empresas que fornecem materia-prima como o Tin, que serve para as baterias dos Iphones, Ipads, Ipods, Imacs e o Mac Book Air.

O email do executivo da empresa afirma que o presidente Tim Cook está profundamente ofendido com as denúncias feitas pela BBC. Mas a pergunta que fica é como a Apple não pode responder as acusações feitas pela de rede de tv pública britânica fez ao longo de um documentário de 58 minutos exbido no horário nobre? Não vai ser com uma propaganda engraçadinha feita as pressas para tentar manipular a mente dos consumidores de gadgets que a companhia sempre criou nos últimos anos.

A denúncia da BBC foi soco no estômago para aqueles que acreditavam que a gigante americana conseguiu convencer seus fornecedores e prestadores de serviço sobre as vantagens de seguir o manual do politicamente correto. O consumidor comum vai ter que lidar com um dilema: vou comprar um Iphone porque todo mundo quer ter mesmo não sabendo dos horrores que os trabalhadores chineses passam para fabricar um simples aparelho? Bem, quem viu o Panorama não vai ter dúvidas sobre isso.