No instituto em 2006. Eu tive um grande professor como o Adhemar. Ele dava aulas de português e ligou os pontos para mim. Ele percebeu que eu era aspie naquele ano sem ser um terapeuta. Nós tínhamos uma cumplicidade porque ele me motivava a aprender estando em uma escola pública onde os alunos não tem o espaço para ler e escrever aquilo que nos interessa por causa de fatores externos como trabalhar para ajudar as contas da casa.
Adhemar percebeu que eu tinha problemas com pontuação e acentuação nos meus textos. Fui perceber seus ensinamentos quando lia o jornal para prestar atenção nos pontos e acentos. Logo, via uma oportunidade pra ler e escrever. Mas não tinha onde publicar. Sir John Major, que foi o meu professor na informática me deu a letra para criar um blog onde podia postar as minhas crônicas em um momento da minha vida.
O brasileiro quer ler, mas não tem estímulo. Eu estava no Threads quando tinha uma discussão sobre ler os clássicos ou os best-sellers no caso dos adolescentes. Muita gente quer estimular a leitura entre tal público por causa da necessidade de entender o mundo em meio as redes sociais em que não tem um maneira de se expressar para descrever seus pensamentos claros ou difusos em tais momentos de confusão.
Em 2004 no instituto. Eu tinha uma colega que lia a saga Harry Potter enquanto eu ficava na biblioteca lendo livros de crônicas. Não a discriminava por isso por mais que eu e ela tínhamos rusgas comuns na adolescência. Tanto que eu dizia que o Brasil não deveria ser colônia da Inglaterra e que me rendeu a alcunha de Arnaldo Jabor por meu amigo leninista por causa do meu senso de humor para tirar sarro do mundo.
Muita gente quer estimular a leitura e a escrita entre os jovens. Mas não sabemos como fazer. Os críticos literários não querem dar o braço a torcer para a geração de escritores da Amazon com suas trilogias de fantasia. Não os recrimino por isso por que são leitores que sobreviveram ao bullying lendo nas bibliotecas como eu fiz nos tempos do Instituto onde eu estava no modo de crescimento de uma economia asiática. Afinal, queremos ler….