Ultimamente, as pessoas querem emanar a imagem de canonização de seres extraordinários para recuperar o rumo do bom senso. Mas uma coisa que me incomoda é vermos coisas como colunistas na sua competição de autoridades morais ao destilar sua cultura para julgar a plebe rude. Isso não te soa incomodo porque vemos uma competição da boa vontade invés de criarmos algo com quem possamos conversar?
Nas aulas do Educere que era um colégio particular de evangélicos. Sempre nos falavam que deus não perdoa o pecado, mas perdoa o pecador. O ser que comete os pecados assume suas fraquezas ou reforça seu desprezo pelo humanidade. Mas ao mesmo tempo, terá que prestar contas nas memórias das vítimas e das futuras gerações onde todos são julgados por seus atos invés de um tribunal celestial de causas morais.
Eu me lembro da Espanha dos anos 1970 quando generalíssimo Franco morre e o rei Juan Carlos inicia o processo de transição para a democracia sendo conduzido por Adolfo Suarez que era um falangista dito como um imoral por ter feito parte da ditadura franquista. No Reino Unido dos anos 1980, o secretário de saúde Norman Fowler promove uma campanha educativa sobre aids mesmo com a perseguição alimentada pela ignorância nos dois lados de Westminster sobre os homossexuais.
Os indivíduos em questão eram considerados como personificações do inimigo comum. Porém, eles tiveram que agir ao salvar as vidas mesmo com a sabotagem das circunstâncias e de seus líderes. Fowler ainda terá que prestar contas sobre o escândalo de hemoderivados contaminados que hemofílicos adquiram doenças como aids e hepatite C no pior momento do NHS onde o governo terá que indenizar as famílias dos doentes como é comum nos inquéritos independentes no Reino Unido.
Não queremos querubins com auréolas. Queremos pessoas que possam entender o sofrimento humano para que possam agir. Quando a humanidade procura autoridades morais para se redimir de pecados históricos. Nos esquecemos que temos uma conta a prestar na memórias alheias sem a necessidade de mostrarmos virtudes se temos tantos vícios em nossas mentes. Somos pecadores em busca de respostas invés de querermos uma santidade que não preenchemos os requisitos ditados por uma alma.