Os problemas de EPN

Ontem, o México realizou as eleições estaduais e parlamentares. Os resultados indicam que o partido governista PRI mantém a maioria no parlamento. Isso pode ser uma vitória ou uma derrota para o presidente Enrique Peña Nieto que vive uma crise de popularidade após o desaparecimento de 43 estudantes e a cruel luta entre as forças armadas e de segurança contra os carteis de drogas. A economia está patinando devido a desvalorização do peso e a queda do preço do barril de petróleo.

Peña Nieto ainda se pergunta como o PRI sobreviveu a uma crise política sem precedentes na história mexicana. Mas o partido que domina a vida dos mexicanos por longos 71 anos ainda não tem respostas para dar aos problemas que o país vive. EPN como é conhecido o presidente mexicano tem muito trabalho para restaurar a confiança de uma população descrente diante da guerra do trafico e da corrupção que ainda assola o cenário político local devido a ineficiência de um estado falido.

As reformas que EPN prometeu aos mexicanos foram atropeladas pelas circunstâncias de sua desastrosa política de segurança onde retirou as forças armadas e deu apoio a milícias anti-carteis. Isso criou uma espécie de erva daninha mexicana onde a população paga aos mercenários ou traficantes para ter uma vida tranquila. A esperança de uma mudança na economia local foi enterrada de forma brutal pela falta de tato do presidente mexicano em resolver os problemas da nação.

Nem a santa muerte é capaz de atender os apelos de uma população que quer um país melhor. Peña Nieto tem que lidar com tais problemas para manter o PRI no poder e fazer seu sucessor nas eleições presidenciais de 2018. O priismo ainda resiste porque os mexicanos confiam em um partido que prometeu uma renovação que nunca entregou. A Pemex continua ser uma caixa de pandora mesmo após de ter perdido o monopólio na exploração de petróleo enquanto a reforma no sistema de comunicação está engavetada.

Não sabemos como estará o cenário político daqui a três anos. EPN terá que reformular o governo e tentar mudar um cenário adverso na luta contra o tráfico de drogas. A economia ainda tem as esperanças de mudança com a assinatura do tratado de livre-comércio do Pacífico que está sendo negociado pelos Estados Unidos e com a progressiva abertura econômica que o país está vivendo desde de 2012. Isso pode prometer grandes transformações que o México precisa sem ter os problemas de EPN.

La Dictadura Perfecta

O termo La Dictadura Perfecta foi cunhada pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa quando se referia ao PRI. O partido ficou no poder por mais de 71 anos no México. Bem, hoje nos cinemas mexicanos estreia o filme de mesmo nome dirigido pelo cineasta Luis Estrada. A película conta a história de uma gafe feita pelo presidente mexicano em uma audiência com o embaixador dos Estados Unidos. Isto vira uma crise e que um produtor arrisca fazer um sequestro de umas garotas para desviar a atenção da população.

Isto não lhe soa familiar? Nos últimos dias, os mexicanos estão angustiados e comovidos com a história do sequestro de 43 estudantes no estado de Guerrero. O caso chama a atenção para o poder dos carteis de drogas, a atuação das milicias anti-cartel conhecidas como vigilantes além da ascensão de um grupo guerrilheiro que pretende vingar o desaparecimento de tais jovens. Isso em um momento contubardo da história mexicana.

O presidente Enrique Peña Nieto prometeu uma ampla investigação do caso e afirmou que ninguém está acima da lei. Mas a luta entre tais grupos violentos colocou o México em uma rota de carnificina sem precedentes. Nieto foi eleito com a missão de acabar com a guerra contra os carteis iniciada pelo ex-presidente Felipe Calderón além de uma ampla reforma econômica e social ao mostrar a face renovada do PRI após doze anos fora do poder.

O México volta a situação de 20 anos atrás quando enfrentou a guerrilha marxista no estado de Chiapas liderado pelo subcomandante Marcos como protesto contra a assinatura do acordo de livre-comércio NAFTA (uma zona econômica que engloba Estados Unidos e Canadá). O então presidente Carlos Salinas se desgastou com a população que viveu uma crise econômica em 1995. Agora, Peña Nieto tem que lidar com a angústia dos mexicanos que esperam por notícias dos 43 estudantes desaparecidos.

Peña Nieto terá que ser um presidente honesto com os mexicanos que estão em descrédito com os políticos tanto conservadores quanto priistas. Um filme como La Dictadura Perfecta é um escapismo e uma reflexão ao mesmo tempo. Os mexicanos querem um país melhor e sem violência. Mas isso tem um longo caminho pela frente e terá que ser feito como un consenso de uma sociedade cansada dos velhos modos e ansiosa por novas soluções.

A esperança e desilusão dos mexicanos

O México vive um periodo inusitado em sua história política. O presidente mexicano Enrique Peña Nieto tem conduzido o país por meio de reformas profundas em áreas como impostos, energia, educação e telecomunicações. Mas o que isso afeta a vida da população local.

Uma reportagem do jornal americano The New York Times retrata a desesperança dos mexicanos nas reformas prometidas por Penã Nieto enquanto as notícias de mudanças que fazem uma ruptura dos oligopólios como nas telecomunicações e uma ampla abertura de investimento privado no setor energético.

A populariedade de Peña Nieto anda em baixa. Ele fala em fazer reformas, mas a violência dos carteis de drogas continua a aumentar mesmo com a legalização de milicias armadas como os Los Vigilantes. Ainda por cima, o presidente mexicano comprou uma briga com a rede de tv Televisa e com o bilionário Carlos Slim em prol da ampla concorrência no setor de telecomunicações.

As reformas de Peña Nieto são o misto de esperança e desilusão para os mexicanos. Elas tem pouco efeito prático porque são de longo prazo. O presidente mexicano terá que mostrar que seu governo está disposto em mudar o país mesmo com tantos problemas sociais e econômicos.

Uma coisa é abrir a caixa-preta de uma estatal como a petrolífera Pemex; outra coisa é mudar a vida de pessoas comuns com gestos ousados. Peña Nieto é um político ambicioso além de determinado em fazer as reformas que o país tanto precisa. Este é o dilema da esperança e desilusão dos mexicanos.

As reformas de Peña Nieto

Semana passada, o congresso mexicano aprovou a reforma de sistema de telecomunicações. O ponto principal da reforma é a parte que força as empresas que tem mais de 50% do mercado onde atuam á vender seus ativos para atender a nova lei, permitir que empresas de capital estrangeiro sejam donas de empresas de comunicação mexicanas e acriação de uma poderosa agência reguladora . Essa reforma abre o mercado de telecomunicações mexicanos para o mundo exterior e mostra uma face não conhecida de Peña Nieto, um modernizador reformista.

Durante a campanha presidencial no ano passado, Peña Nieto era conhecido como um candidato galã de novela mexicana ou um candidato das elites mexicanas. Agora, ele mostra força nesta reforma em um setor controlado por pessoas e empresas do nivel de Carlos Slim (um dos homens mais ricos do mundo) com sua companhia telefônica America Movil, que detém 70% do mercado ou a rede de tv Televisa, que tem 70% da audiência.

Isso mostra como Peña Nieto está determinado em reformar a economia mexicana e mostrar serviço para a sociedade ao atender as demandas da sociedade mexicana ou de setores da esquerda mexicana. Essas reforma precisam ser aprovada  pelo 31 estados mexicanos(isso vai ser aprovado sem problemas) O ato em si mostra coragem de Peña Nieto em colocar o país no eixos.

Prova disso que país é queridinho do mercado financeiro em receber investimentos estrangeiros. Isso explica a rápida visita do presidente americano Barack Obama ao país com o objetivo de melhorar as relações comerciais entre os dois países além de acordos na área de imigração e de segurança (no caso controlar as ações dos cartéis mexicanos de drogas na fronteira dos 2 países)

O próximo desafio de Peña Nieto será privatizar a companhia petrolífera estatal PEMEX. A estatal é uma caixa preta e não tem controle estatal em cima da companhia. Tanto que a estatal não consegue ser fiscalizada pelo congresso mexicano. Este será o teste de fogo das reformas liberalizantes que Enrique Penã Nieto irá fazer no México atual.

Peña Nieto diz que não voltará ao passado no México, mas o PRI quer.

Ontem, os mexicanos elegeram Enrique Peña Nieto como o novo presidente. Peña Nieto é do PRI, partido que que ficou no poder entre 1929 a 2000. O stemores que a volta do PRI fosse desastrosa para o país. O presidente eleito disse “Não há uma volta ao passado. Esse PRI que chega ao governo mostrou sua convicção democrática”. Bem, os mexicanos não querem que o partido volte com a corrupção e afins. O duro é se o PRI entendeu a mensagem.