Meus tempos com neurotípicos

Em 2014, eu estava com os meus amigos de teoria junguiana. Eles queriam ter um senso de comunidade por sofrerem com as suas particularidades como não se enturmar com o mundo. Logo nos víamos com um porto seguro diante de tantos problemas em nossa volta. Isso só durou um verão e foi muito bem porque as gerações posteriores gostavam de mostrar um glamour de serem estranhos invés de um ajudar o outro.

Eu não consegui manter as amizades por perdemos o contato. Mas eu os tenho como meus amigos em meu coração de bonde. Era um senso de comunidade por que um ajudava o outro. O pessoal do MBTI com quem convivi era mais abertos e menos criteriosos em ficar padronizando a humanidade. Nós tínhamos um senso de ficarmos conversando sobre nossas vidas e afins onde podíamos nos sentir inclusos.

Hoje, as pessoas se autodiagnosticam com autismo por causa de ser um hype como se diz atualmente. Logo pra mim que sou autista diagnosticado na primeira infância por causa de problemas de fala e ter frequentado a Apae para fazer o meu tratamento. Muitas pessoas não sabem com os perrengues onde eu tinha muitos problemas por ter convivido em uma escola particular onde não tinha um amparo dos meus coleguinhas.

Eu me sinto bem por causa de não ter tantos traumas mesmo com as cicatrizes mentais em minha mente e nas minhas memórias. Porém, eu sei que as pessoas lidam com uma necessidade de se encaixar em diferentes grupos sociais por causa da busca do senso de comunidade onde perdemos diante da ascensão da comunicação digital como uma rede social onde podemos desabafar sobre as nossas vidas a esmo.

Eu tenho uma amiga com autismo que reclama dos estereótipos tão difundidos sobre o autismo e os neurotípicos. As pessoas confundem o hiperfoco com os interesses especiais. Isso não permite uma compreensão sobre nós mesmos. Então, só me resta as lembranças dos meus amigos de teoria junguiana.

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