Eu fico escutando Pat Benatar

Sempre temos a discussão sobre o estado atual da música. Os adolescentes curtindo uma cantora enquanto os marmanjos escutam uma banda de rock ou um grupo de pagode. Para mim, isso não me afeta porque vivi tempos onde não tinha onde escutar músicas a não ser nos programas de classic rock em um rádio toca-fitas dos anos 1980 que era uma tia minha onde ligava a noite para dormir na década de 1990.

Nos tempos do Educere, não tinha muito discernimento musical porque não tinha referências. Eu lembro de dois colegas que queriam camisetas de bandas de rock que vendiam em uma loja enquanto eu estava com as miniaturas de carro em minha mente. Isso me rendia uns puxões de orelha da minha mãe por que ela não achava justo por causa do preço. Mas eu não tinha uma banda para curtir na minha pré-adolescência naquele momento.

Isso mudou no instituto em 2004. O meu tio chegava da fábrica em um Tempra ouvindo U2 nos altofalantes. Ficava ouvindo o cd no carro dele durante a greve dos professores naquele ano. Além da ajuda do meu amigo motorista que era um fã de bandas de rock com quem conversava sobre músicas. Aprendi a achar programas de rádio de música antiga para escutar durante a madrugada na cripta-escritório.

Kenji tinha comprado um notebook para seu trabalho na época em 2005. Ele fez um CD para mim com músicas que eu gostava. Para fazer a lista das canções. Eu tinha que ficar no laboratório da informática para usarem os computadores pra ter acesso a sites de música para anotar os nomes. Meus amigos sempre me ajudavam nessas horas falando de bandas de rock que era o ritmo que nós escutávamos na época.

Hoje, eu descubro novas bandas antigas para escutar no spotify e no deezer por causa dos algoritmos. Mas então vem aquele argumento de estar em uma bolha invés de perguntar sobre canções aos seus amigos ao mesmo tempo onde vemos aqueles comentários no YouTube onde se fala dos bons tempos que não voltam. Enquanto os adolescentes escutam Billie Eilish; eu fico escutando a Pat Benatar…