Hannibal Lecter é gente fina

Os comícios de Donald Trump beiram ao surrealismo ao tratar de assuntos falados no improviso desatroso. No último fim de semana, ele elogiou Hannibal Lecter. Hannibal é um personagem do filme O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme, que rendeu o Oscar de melhor ator de 1991 ao britânico Anthony Hopkins no ano dos filmes de terror com kathy Bates levando a estatueta de melhor atriz por Louca Obsessão.

O impacto da atuação de Hopkins como uma psiquiatra serial killer que ajuda uma agente da FBI interpretada por Jodie Foster na casa de um assassino que sequestra e mata mulheres mostrou uma cartase de um momento onde as pessoas perguntavam sobre si mesmas e seus limites. A Veja deu como capa em 1991 como um debate sobre a estética da violência nos filmes por causa da glamourização do violento.

Anthony Hopkins estava limpo do alcoolismo desde 1980. Ele tinha feito uma interpretação estupenda de Frank Doyle no filme Nunca te vi, sempre te amei que contava a história real da escritora americana Helen Hanff que encomendava livros na livraria 84 charing cross road em um momento onde os britânicos viviam um esquema de racionamento de comida diante do esforço de recuperação do país após a segunda guerra mundial.

Em Silêncio dos Inocentes, Hannibal Lecter é um louco que domina o filme com suas loucuras e com sua vasta cultura para ajudar Jodie Foster a capturar um serial killer. Isso seria comum nos anos 1990 com Gillian Anderson interpretando Dona Scully na série Arquivo X onde procuravam respostas sobre o desconhecido com o seu colega Fox Mulder sendo interpretado por David Duchovny.

Trump quer tentar voltar aos anos 1990 onde era visto como o playboy símbolo de New York que foi motivo para ser capa da Playboy em 1990 num gesto de que isso envelheceu mal após seu desastre natural por ser presidente dos Estados Unidos e vários processos judiciais nas costas. Ao falar de Lecter para a multidão de seu comício. Logo entendemos por que Hannibal não tinha muita paciência com o público.