Hino de adoslecente

Quando vivemos a adolescência. Temos enormes descobertas sobre nós mesmos. Mas hoje, percebo que os adolescentes de hoje perderam o espanto da descoberta em prol de ser pessoas reconhecidas por suas opiniões e atitudes. Tal período de nossas vidas virou um produto de mercado que vossa senhoria pode escolher em uma prateleira de loja.

Isso se reflete na música. Se o meu hino de adolescente foi New Years Day, do U2. Hoje, não vemos um adolescente que sabia decorar os nomes de integrantes de uma banda de rock e que preferem uma ostentação como uma tatuagem que não lhe significa nada e só serve para ostentar a sua posição hipster em um mercado altamente concorrido em ser uma pessoa para agradar os outros.

Quando ouço U2 recorro a minha adolescência onde eu era considerado cult por ouvir uma banda de rock em um tempo que não tínhamos funk ou sertanejo. Era um ser avançado que ouvia música antiga e lia o caderno Mais da Folha por se interessar em filosofia e adquirir conhecimento para montar um quebra-cabeças intelectual em minha mente.

Hoje é fácil criticar um adolescente seguindo os nossos dogmas como fiz no segundo paragráfo deste post. Mas continua complicado para eles acharem um caminho no0 mundo onde não se tem referências claras como ler uma Capricho ou comprar uma Playboy via o irmão mais velho. Eles querem ter tudo em suas mãos, mas se sintam frustrados quando não conseguem isso.

Isso volta a questão da música. Eu ouço New Years Day como meu hino de adolescente porque tal música me definiu como um ser que tinha uma inquietação sobre o mundo que vivia e tinha o desejo de mudar isso. Mas passado-se dez anos, tal inquietação mudou de figura e de pensamento como uma forma de manter a mente livre para ouvir uma música do U2 sem perder o brilho nos olhos.

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