Hoje, o partido trabalhista iniciou a reforma ministerial de seu shadow cabinet. O líder da oposição Jeremy Corbyn pretende ter um gabinete leal as suas ideias e vontades. A demissão do porta-voz de cultura Mark Dugham criou uma fissura por ele externar suas opiniões ácidas contra a liderança de Corbyn.
O partido Trabalhista está rachado entre o status quo centrista e a militância radical. Corbyn foi eleito com o apoio dos sindicalistas e dos votos dos militantes do partido. Mas precisa-se fazer um pacto com a elite centrista representada por correntes que apoiam as ideias do New Labour de Tony Blair e Gordon Brown.
Dugham foi o primeiro a pedir as contas. Mas teme-se que a reforma ministerial atinja quem pensa diferente de Corbyn nas políticas de defesa e relações exteriores. O porta-voz para relações exteriores Hilary Benn foi um ardoroso defensor da operação militar na Síria enquanto sua colega de gabinete Maria Eagle apoia a atualização do sistema de ogivas nucleares Trident.
Muitos analistas afirmam que Corbyn está pagando o preço de ser um rebelde dentro do partido trabalhista nos tempos de Brown e Blair. Mas sua proposta de estabelecer uma democracia interna no partido criou problemas inesperados como a divisão do gabinete em um questão tão importante como a Síria.
Nos próximos dias, teremos uma longa batalha para ver quais são as mudanças no novo shadow cabinet de Jeremy Corbyn. O temor de que represálias em especial a Hilary Benn e Maria Eagle podem amenizadas ou agravadas no decorrer das reformas que podem tanto enfraquecer quanto fortalecer Corbyn.