Jules Bianchi

No último domingo, o mundo da Formula 1 está em um momento de reflexão após o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão. Com um circuito com poucas áreas de escape além de um tempo chuvoso por consequência de um tufão que passou perto de Suzuka. Os pilotos e dirigentes tem que pensar sobre o modus operandi da categoria como uma forma de dar segurança aos competidores e garantir um espetáculo seguro ao público que acompanha o automobilismo para ter uma grande audiência.

Conversando com o meu amigo AVC. Percebemos que a categoria precisa rever os seus conceitos após um trágico evento como o acidente de Bianchi. É nótorio que o calendário deveria ser revisto dado o fato dessa época do ano, o Japão sofre com tufões e as monções, um periodo de grande chuvas que afeta o continente asiático no fim do verão até o ínicio do inverno. O GP do Japão sempre teve problemas com os eventos climáticos tanto nos tempos dos circuitos de Fuji, Aida e Suzuka.

Vi o vídeo do acidente do piloto francês na internet. Temos um quadro de imprecisão tanto da organização quanto da FIA. As teorias onde houve uma aquaplanagem na curva onde o carro da Marussia passou a mais de 200 KM por hora. Outro fato é que os fiscais estavam com a bandeira verde quando deveriam usar a amarela por que havia perigo na pista como a retirada de um pequeno trator que transportava a Sauber de Adrian Sutil, que tinha rodado na mesma curva. Isso deveria permitir a entrada do safety car.

Bianchi está no Mie General Hospital se recuperando de uma cirurgia para conter o traumatismo craniano. Ele não vai pode ser aquele piloto talentoso que sempre esperaram a França e a Ferrari. A lesão em seu cérebro é muito grave e ele pode viver em estado vegetativo por toda a sua vida. Quando estamos falando de um competidor que está lutando por sua vida. Temos que ser honestos com o leitor sobre a realidade dos fatos. Isto é um momento onde temos que navegar contra a onda positiva para conter a tormenta da verdade dolorosa.

Este é um momento onde todas as questões de segurança terão que ser revistas. Um periodo onde os pilotos terão que tomar uma posição para mudar o status quo da categoria. O público não quer ver acidentes que ceifam as vidas de competidores tão talentosos como Bianchi. Mas até quando temos que ser testemunhas da ganância de corridas em lugares sem tradição ou um calendário mal-feito que tenha que atender os interesses dos dirigentes e da televisão. Jules Bianchi é apenas a ponta do iceberg desta reflexão.